Claudia Miranda Gonçalves
13 de abril de 2021 | 08h50
Anfitriando conversas entre RHs
Ingredientes:
Preparo:
Resultado:
As constantes sondagens nos ajudaram a ajustar ritmo, harmonia e equilíbrio nos encontros. De nossa parte enquanto facilitadoras, vivemos exatamente as mesmas coisas que os participantes: deixamos ir qualquer expectativa ou agenda, nos abrimos para testar a partir do que o grupo sinalizava (o lugar do não saber, a vulnerabilidade) e por fim, encontramos um lugar muito gostoso para também participarmos, mesmo que das bordas.
A base bem estruturada – como um bolo de 3 camadas: (1) aquecimento e trocas sobre um tema; (2) aprofundamento e/ou ajudas mútuas e (3) fechamento – deu liberdade para que o grupo falasse com abertura e honestidade sobre o que vem experimentando, os desafios, as dúvidas. Pode parecer óbvio, mas não! RH agora está no spotlight. Agora é sua vez de aproveitar para colocar as pessoas e a humanização nos negócios à mesa de reunião.
A abertura e troca permitiram que os participantes assumissem papéis diferentes a cada momento e a cada encontro. Num momento o participante pôde contar sua experiência, compartilhar e ajudar; em outro, pôde pedir, perguntar, ouvir a experiência de seus pares. O grupo teve um desejo e foi satisfeito em um espaço onde a sabedoria do grupo surgiu, sabedoria que resultou do encontro de conhecimento e experiência.
Então nós, as anfitriãs, nos perguntamos, o que permitiu que o crachá não atrapalhasse ou mesmo limitasse as conversas? Nossas hipóteses são (i) um ambiente de prazer e aprendizagem, em que não precisaram se resguardar; (ii) uma estrutura sólida, mas mínima, para dar sustentação às conversações com ritmo com um início, meio e fim, pois não é simplesmente abrir a uma conversa sem saber onde vai dar; ter a estrutura significou ativar a mente para o assunto, entrar na troca de experiência, e finalmente refletir dos aprendizados; (iii) e estimulamos conexões mais genuínas, com menos agendas ocultas nas empresas e padrões a seguir, nos encontros, toda dica era válida.
Gostaria de terminar com um ditado chinês inspirador:
Quando dois viajantes se encontram num cruzamento na estrada e trocam 1 kg de arroz um com o outro, cada um sai com 1 kg de arroz. Quando eles se encontram, cada um com 1 ideia e trocam entre si, cada um sai com duas ideias.
Por acreditarmos que essas conversas podem polinizar muitas mentes criativas, que tal experimentar esta forma de trabalhar?
Esse texto é fruto de uma reflexão entre
Ana Maria Reategui
Claudia M Gonçalves
Melissa Almandoz
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