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Opinião|Liderando em Tempos Voláteis

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Atualização:

Por Andréa Nery

A pergunta mais frequente neste retorno aos cafés tem sido como dar conta de tantas mudanças que seguem acontecendo tão rapidamente.

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As conversas passam por soluções tecnológicas, transformação digital, formas de consumo, logística e, em todos os cenários, sempre terminam em pessoas.

Que bom que as pessoas têm sido realmente o centro das conversas mais significativas!

Quer seja sobre os desafios de se manter saudável física e mentalmente, quer seja sobre as questões práticas de estratégia, mobilização, engajamento e propósito o que observo é que existe a necessidade de falar e tratar mais das pessoas.

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Os lideres estão buscando formas de alcançar seus objetivos enfrentando diversos obstáculos, percebem uma necessidade de mudança e falam de humanização. Mas, na prática, precisam de ações que os ajude a se desafiar na quebra de padrões desenvolvidos por uma visão míope de que os problemas que se apresentam são de natureza previsível.

A verdade é que as experiências de sucesso passadas fizeram de comportamentos hábitos, e o costume faz esquecer de observar e responder ao que cada situação precisa, o que ela exige de nós.

Estes tempos voláteis chamam para um foco em uma aprendizagem criativa que valoriza o testar e o agir para alcançar o sentido, que enfim, indica um caminho em direção a solução.

Noto que muitos de nós deixou de ser curioso... e a curiosidade é uma qualidade presente em nossa essência de criança, e que pode mudar completamente como nos relacionamos com as questões que se apresentam em contextos de complexidade.

Quando esta qualidade é valorizada, estimulada e trazida para liderança varias coisas se transformam.

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A curiosidade nos leva a experimentar mais, sem o compromisso de acertar, e com o genuíno desejo de conhecer a situação, sem assumir verdades, ou julgamentos.

A curiosidade muda a escuta que deixa de ser reativa, resolutiva para ser aberta, agregadora despertando um processo de evolução.

A curiosidade nos faz questionar a partir dos sentidos, amplia nosso olhar para observar padrões que se repetem, desperta a percepção para as tensões no corpo e as incongruências com a fala.

Nesta mudança de mentalidade, o líder deixa de lado a categorização, o certo e errado, e as análises tão úteis em situação previsíveis, para navegar na complexidade e no caos, onde a busca pelo sentido através da prática é que traz a possibilidade de movimento.

Estar em um papel de liderança neste cenário é estar de alguma forma aberto para um processo que envolve a observação de uma questão de diferentes perspectivas, sugerir novas abordagens, aguçar todos os sentidos.

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Mais importante do que observar os elementos que fazem parte de uma situação é perceber as relações que estão estabelecidas, e para isso, o que tenho observado é que todos os líderes precisam desenvolver novas habilidades e buscar ferramentas que contribuam para ampliar a percepção para o que está emergindo.

Liderar neste ambiente não é focar sobre o que acontece, mas sobre como nos relacionamos com o que acontece. O foco no que acontece coloca a liderança em um modo reativo que estimula ações a partir do hábito, enquanto o foco em como nos relacionamos com o que acontece traz à tona a consciência que estimula a intenção.

De volta aos cafés, quando a conversa chega nas pessoas, fica claro que não existem melhores práticas, e nem mesmo boas práticas... começamos a ficar conscientes de que as soluções emergem de um estado de presença que encontra um caminho no aqui e agora.

Navegar na turbulência, exige equilíbrio emocional, autoconhecimento, colaboração. Os contextos criam as oportunidades e somente através da multiplicidade de visões e perspectivas das pessoas uma solução inovadora vai ser capaz de estabelecer o próximo passo.

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Opinião por Claudia Miranda Gonçalves
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