Eisque um participante, empresário muito preocupado com a crise, monta a figura 1 e explica:
"A crise afeta as vendas e a equipe. Como motivar essa equipe? Como otimizar ou melhorar processos para fazer frente à crise?"
Tudo girando em torno da crise, sobre a qual não temos controle ou gerência. É assim que ficamos. Falamos da crise, discutimos os culpados, o que deveria ser feito, como a crise nos atrapalha, o que fez com nosso mercado. Mas e daí? Quando entendemos que o estresse e medo nos paralisam e nos deixam num estado mental e de ânimo ruim, percebemos o quanto ficamos pouco criativos e nossas decisões podem ser ruins.
E enquanto estamos ali contemplando a crise no alto da lista, o sentimento de impotência vai enterrando nossa criatividade. Nos desconectamos de nossos recursos.
Então sugeri uma mudança na organização dos elementos:
E quando o empresário olhou a nova disposição disse: "Aí muda!". Embora a crise não tenha desaparecido como que por encanto, ele relatou que via a crise agora como um pano de fundo e não como imagem principal, destacada. Quando começou a olhar como a crise afetava cada um dos elementos, mas com foco nos elementos em lugar da crise, começou a imaginar algumas alternativas. Reconectou-se com seus recursos.
As mudanças ocorrem como respostas às crises. Por isso, crises são importantes fatores de desenvolvimento. Verdadeiras oportunidades para fazer melhor.
Numa terceira possibilidade, questionei sobre o cliente, que havia sumido no meio da crise.Mais uma vez, no estresse, olhamos para dentro, para nossa proteção em relação à crise, e nos fechamos para ver o cliente. É sempre uma reflexão importante se a resposta à crise está mais a meu serviço do que a serviço do mercado, do cliente. Explorar as novas necessidades do cliente, colocar prioridade nisto pode ser mais importante e assim conseguir canalizar a criatividade para atender ao mercado.
Então, muito embora acabar com a crise não esteja nas suas mãos, definir qual o lugar que esta ocupa em sua mente e como lida com ela está em suas mãos. Se ficar no centro de suas atenções, a crise será a rainha! Se ficar como pano de fundo que não pode controlar, poderá ser um prato no qual você verá servidas oportunidades de mudança e crescimento.
Biologicamente, somos programados para autorregulação e crescimento. Como parte da natureza, é nosso destino evoluir e crescer. Assim, a crise nos traz essa dolorosa, mas boa oportunidade.
Então está na hora de pegar seus post-its, anotar os elementos salientes de seu contexto, daquilo com que tem que lidar e ordená-los. O que observa? O que mais lhe chama atenção? Depois pode explorar mudando-os de lugar. Qual a diferença? Alguma nova ideia?
Nos encontramos em 2021.