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Opinião|Não tenha um mentor, tenha um patrocinador

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Atualização:

Por Livia Zillo

Hoje em dia fala-se muito em mentoria.

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Profissionais que desejam crescer, se desenvolver e alavancar suas carreiras, com alguma frequência, procuram mentores que podem lhes dar conselhos e servirem como guias na trajetória de suas carreiras. Porém, um artigo interessante publicado pela Forbes, capturou meu interesse e diz o seguinte:

"Get a Sponsor, not a Mentor". 

Como temos uma diferença cultural grande entre Estados Unidos e Brasil, tentei entender como isso se aplicaria por aqui e que  diferença faria nas carreiras de pessoas que desejam alavancar seu sucesso. 

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De bate pronto, o que precisamos entender é a diferença entre mentor e patrocinador.

O mentor aconselha, guia, enquanto que o patrocinador age. Mas como assim age? 

O patrocinador é aquele que fala com propriedade sobre você, e que efetivamente atesta sobre você e seu trabalho. É aquele que diz "Chama fulano, pois ele é a pessoa certa para esse projeto".

Claramente, a diferença entre o mentor e o patrocinador é vista aqui, uma vez que o patrocinador atestando por você, se arrisca. E é exatamente neste ponto que enxergo uma diferença cultural nas organizações brasileiras.

Não me levem à mal, mas com os relatos que ouvi de clientes e amigos executivos, a ascensão de carreira no Brasil, é em sua maioria, muito solitária.

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Existe uma competitividade e um territorialismo muito grande, e pouca colaboração. Isso porque, o brasileiro ainda está com um pensamento individual, ao invés de estar pensando no bem da empresa.

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Um exemplo claro de que isto está acontecendo mais do que gostaríamos, são os programas de sucessão dentro das empresas. Na sucessão você prepara profissionais para assumir posições estratégicas dentro da empresa, pensando em longo prazo, no entanto diversas organizações optam por contratar executivos de fora ao invés de escolher os profissionais que já trabalham dentro da empresa.

Esse é um exemplo clássico, de que as discussões dentro das organizações ainda estão voltadas para os olhares individuais.

E se muitas empresas ainda se comportam com esse pensamento, como podemos falar em patrocinador no Brasil? O que tenho pra dizer é que, felizmente, nem tudo está perdido! 

Algumas organizações já têm buscado uma mudança cultural, onde o modelo clássico não mais se adequa, e novas características da organização dão as boas vindas a esse sistema de patrocínio versus mentoria.

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E eu vou te dizer por quê.

A busca por treinamentos ou coaching de equipe/grupo ao redor dos temas colaboração, melhoria da comunicação, habilidades de liderança, foco na solução, entre outros, vem aumentando com o passar o do tempo, o que indica que as organizações estão mais conscientes a respeito da necessidade de desenvolver seus colaboradores e levar a cultura organizacional para um patamar mais colaborativo.

Logo, acredito que em breve o modelo de patrocinador será muito bem vindo nas organizações. O que eu quero dizer, é que para termos a possibilidade de trabalharmos com patrocinadores, é primeiro necessária uma mudança na cultura, e talvez até no modelo organizacional, e uma vez que as empresas começarem a ter esse olhar como é que o patrocinador pode, então, influenciar positivamente a sua carreira

Primeiramente dentre as coisas que ele pode fazer por você, estão: advogar em seu benefício e criar oportunidades para você.

E a segunda coisa que você deve saber é que você não escolhe o patrocinador, ele escolhe você. 

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Então, como se fazer visto por um potencial patrocinador? 

Faça bem o seu trabalho. Destaque-se. Dedique tempo e recursos. Peça ajuda se precisar. O profissional que merece um patrocinador não é aquele que faz tudo sozinho, mas sim aquele que sabe do que precisa para executar o seu melhor trabalho em prol da organização. 

Deixe as pessoas saberem sobre suas conquistas.

Se você deseja que as pessoas atestem sobre você e seu trabalho, elas precisam saber o que você tem feito e como tem sido o seu sucesso nessa trajetória. Aproveite a oportunidade em qualquer conversa informal para dividir o que você tem feito e como tem dado certo, assim a pessoa terá você em mente quando se deparar com alguma oportunidade que tenha a ver com você.

Seja um patrocinador para seus amigos. Quanto mais você demonstra que também incentiva e participa ativamente do crescimento da carreira de seus colegas, mais as pessoas vão advogar por você e também ajudar você a alavancar sua carreira.

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Para finalizar, antes de ter um patrocinador, é preciso entender o momento que o Brasil está vivendo, e o tipo de empresa em que você está trabalhando. Procurar exceções, em colegas que possam demonstrar uma inclinação em cavar oportunidades para você e que se arriscariam para falar em seu nome.

Talvez, começar a ter essa atitude dentro da empresa que você trabalha, possa transformar a maneira que os colaboradores se relacionam, abrindo espaço para uma transformação cultural dentro da organização.

Opinião por Claudia Miranda Gonçalves
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