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Opinião|O novo PIB-B (B de benefício)

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Atualização:

"Por que o PIB (Produto Interno Bruto) não inclui os bens digitais?" Erik Brynjolfsson começou sua palestra com esta pergunta inquietante na abertura do IDEAC, MIT (Conferência Anual de Iniciativas para Economia Digital)

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Não bastasse a pergunta, ele ainda nos sugere um mantra: "se não mede, não gerencia". Assim, fica a pergunta: como podemos medir a transformação da economia com a entrada massiva da digitalização?

Vamos por partes: o PIB, medida amplamente usada para mensurar a produção, não mede bem-estar.

O PIB, desenvolvido nos anos 1930, continua sendo a medida que, de fato, apura o crescimento econômico. Porém, precisamos pensar além e ressaltar que o benefício para o consumidor seria uma métrica mais adequada para mensurar o bem-estar, especialmente para bens digitais que têm preço zero.

Tecnologia e PIB: Você pode estar se perguntando: por que mudar a forma de medir o PIB? 

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Estamos diante de uma explosão de produtos digitais gratuitos: Google, Facebook, Twitter, Wikipédia, dentre tantos outros. Para os produtos tradicionais, o preço sempre cai. Na mesma medida, o PIB cresce junto com o benefício para o consumidor.

Mas, produtos digitais ou gratuitos têm o preço zero e trazem o benefício para o consumidor mesmo assim. Isso representa uma reviravolta, já que nos últimos 60 anos o crescimento de bens gratuitos foi muito pequeno.

Assim, o novo jeito de mensurar o PIB é possível graças a novas formas de pesquisa para bens digitais e gratuitos, que (infelizmente) não entram no PIB atual.

No entanto, uma mudança de paradigma aconteceu (uma vez que agora o que sobressai é a escolha versus a imposição). Produtos gratuitos não podem ser impostos! É sempre uma escolha. 

Experimentos online que estudam escolhas tem o potencial de reinventar e suplementar a mensuração do bem-estar econômico, uma vez que podem ser usados para produtos com preço zero ou positivos; são facilmente escaláveis; podem ser realizados praticamente em tempo real para acompanhar mudanças no bem-estar.

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Os próximos passos das pesquisas online em massa são:

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  • Escalar experimentos sobre escolhas em massa para mais produtos:
    • Escolha de Produtos de Internet atualmente coletam dados em 211 categorias.
    • Podem ser ampliados para incluir bens digitais: Wikipédia, buscas, e-mail, Facebook.
    • Podem ser ampliados para incluir bens públicos: qualidade do ar, crime, saúde pública.
  • Trabalhar com outros países e organizações para comparar métricas internacionais:
  • Criar um website para coleta online de dados
    • Gamificação das comparações: Você prefere A ou B? criar rankings...
  • Infraestrutura para atualizações periódicas
    • Anunciar o PIB-B e a Produtividade-B no mesmo dia a cada trimestre que o PIB e Produtividade oficiais

Para concluir, há muita coisa acontecendo na economia além do que compramos e vendemos. Por isso precisamos da cooperação com Google para alcançar mais pessoas. 

Vamos tentar medir o benefício para o consumidor: PIB-B e Produtividade-B. 

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Precisamos reinventar a forma que fazemos as coisas, especialmente para incluir os bens digitais. O B acrescido em PIB e Produtividade é de benefício

Essa nova métrica captura os benefícios dos bens, não apenas os custos.  E vamos aguardar as novidades!

Acredito que este seja um passo importante e que já demonstra a consolidação do B.

E viva o benefício para pessoas, comunidades, planeta.

Opinião por Claudia Miranda Gonçalves
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