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Opinião|O que é fazer parte de uma empresa humanizada?

Atualização:

Por Andréa Nery

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A empresa humanizada é focada no ser humano. Suas políticas e processos consideram os impactos das decisões em todos os que fazem parte dela.

Para além da lucratividade e resultado financeiro, ela prioriza a qualidade de vida, a saúde mental, o autoconhecimento e a educação continuada. E em vez de ver o mundo pelas lentes de suas limitações, veem as infinitas possibilidades positivas.

Sua cultura tem como base um modelo mais social que valoriza as relações, preza pela transparência e autenticidade. É mais inclusiva e colaborativa em oposição a um modelo individualista e muito hierárquico.

O desejo de trabalhar sob este modelo está presente na maioria das pessoas, quer seja pelo reflexo de nossa época, quer seja pela experiência e sentimentos despertados nos tempos de pandemia.

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Como seres humanos estamos buscando cada vez mais experiências significativas e um senso de realização, e queremos integrar nossa vida pessoal e profissional.

Mas viver este modelo requer desafiar padrões de comportamento que seguimos há tempos nos ambientes de trabalho, e significa ter que reaprender a ser humano e reconstruir nossa dinâmica relacional.

Na minha experiência trabalhando com empresas que estão buscando esta transformação cultural tenho me deparado com a dificuldade das pessoas diante deste desafio.

Esta dificuldade começa pela desconfiança de que a "empresa" vai mesmo nesta direção.

No início ainda estarão presentes traços fortes de um modelo de negócio voltado ao curto prazo, que busca eficácia operacional com foco no resultado financeiro e que promove uma relação onde somente uma das partes ganha.

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Por isso é essencial que a liderança tenha clareza do propósito maior e mostre em ações e atitudes aquilo que diz. A coerência nas interações do dia a dia são os sinais do caminho sendo trilhado. As decisões simples e complexas devem ser tomadas conectadas com valores corporativos que refletem este propósito.

O caminho é árduo, exige muito alinhamento e coragem para debater, enfrentar e aprender com os erros. As trocas dos que não se adaptam às novas práticas serão inevitáveis. Mas precisarão ser feitas de forma transparente, construtiva e respeitosa.

A outra dificuldade está em quebrar os padrões e ousar sair da zona de conforto para experimentar práticas que propõem o pensamento coletivo e que privilegiam as interações humanas e a fluidez de um sistema vivo.

Mas afinal, como isso funciona?

Um sistema vivo funciona em rede, a energia vem das relações, e por meio delas o sistema evolui e se adapta. A comunicação é a fonte principal que precisa estar ativa e alinhada ao movimento.

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A comunicação deve estar a serviço de conectar as pessoas e permitir que o propósito da organização seja vivido e entregue em todas as interações que fizerem parte do processo.

Ao fazer parte desta organização você deve estar preparado para expressar seus sentimentos e emoções de forma autentica diante de uma situação que o/a incomoda; você deve compartilhar suas ideias, se abrir para opiniões diferentes e atuar de forma colaborativa; você deve abandonar a ideia de que existe certo e errado, e ser capaz de dialogar para enfrentar situações de tensão e buscar soluções ganha-ganha.

Essa é a mudança na dinâmica das relações e para que se torne natural precisa de capacitação, desenvolvimento constante e muito diálogo. Esta mudança eleva o nível de consciência e garante a segurança psicológica que favorece a criatividade e evolução constante.

Integrar uma empresa humanizada significa se abrir para revelar sua singularidade e aceitar trazer sua vulnerabilidade para o ambiente de trabalho, construir relacionamentos mais saudáveis, onde as pessoas se escutam, exploram, refletem, mudam de opinião e fazem juntas.

Pode dar um frio na barriga, mas viver tudo isso vale a pena!

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Opinião por Claudia Miranda Gonçalves
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