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Auxiliares de Dilma reclamam do "samba de uma nota só" de Levy

Aliados da presidente e Lula fazem coro para que ministro da Fazenda deixe de falar em ajuste fiscal e tome medidas para economia sair da recessão

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Por Adriana Fernandes e Ricardo Brito
Atualização:

Joaquim Levy (André Dusek/Estadão) Foto: Estadão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados da presidente Dilma Rousseff, no Planalto e no Congresso, têm reclamado do fato de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defende obsessivamente a necessidade de se fazer um ajuste fiscal para melhorar as contas do governo. Dizem se tratar de um "samba de uma nota só".

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O fim do ano se aproxima e o cenário econômico para 2016 se agravou, com a perspectiva de mais um ano de forte recessão. A pressão por resultados sobre Levy só aumenta.

No vai e vem de torpedear Levy desde maio, Lula cobrou de Dilma em encontro recente ações para sair do marasmo recessivo e demonstrar capacidade de reação em meio à crise. Um ministro palaciano disse que é preciso apresentar alguma perspectiva de futuro para a economia. Os auxiliares da presidente querem, entre outras medidas, liberação de crédito para população, como antecipou o Broadcast em reportagem há duas semanas.

Levy é visto como um obstáculo às medidas. No Legislativo, a percepção entre petistas, mesmo os simpáticos a Levy, é que ele está mais para fiscalista das contas públicas do que formulador de política econômica ou até mesmo promotor das ações propostas pelo governo. "A agenda é só impeachment e ajuste, ajuste e impeachment, é difícil", resumiu um importante quadro do PT.

Um dos parlamentares mais próximos ao ministro, o senador e economista Romero Jucá (PMDB-RR) já lhe propôs que apresente um plano econômico até o fim do mandato de Dilma ou mesmo início da próxima gestão. Já admite que o ano de 2015 - que parece funcionar à base de "Lexotan" - foi perdido e prega, desde o início do ano, ações para reanimar a economia.

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Como estratégia para saírem do foco da Operação Lava Jato, Jucá e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), até lançaram em agosto um pacote em que Levy poderia se apoiar, a Agenda Brasil. Mas, apesar de se empolgar no início, o ministro não colou na agenda - e a própria agenda de Renan não decolou.

Levy tem reforçado o discurso do "crescimento já, já" com ajuste fiscal, mas o seu esforço até agora não tem se revertido em apoio. Com a mesma insistência que o ministro pede pressa para o ajuste, os seus colegas de Esplanada reclamam por medidas para tirar a economia do atoleiro.

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