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Dilma quer usar "Conselhão" como ponto da virada

Presidente terá de se equilibrar nesta quinta-feira (28) em reunião do colegiado entre propostas para retomada do crescimento e apoio para o incompleto ajuste fiscal

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Por Ricardo Brito e Adriana Fernandes
Atualização:

Dilma Rousseff (Dida Sampaio/Estadão) Foto: Estadão

Amanhã na reunião do refundado Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o "Conselhão", a presidente Dilma Rousseff terá a difícil tarefa de se equilibrar entre a apresentação de propostas para retomar investimentos e garantir a volta do crescimento econômico e manter a disposição de levar adiante em 2016 o ajuste fiscal que pouco andou no ano passado no Congresso Nacional.

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A um público de 90 integrantes, Dilma deve acenar com medidas de estímulo econômico como a abertura de linhas de crédito por meio de bancos públicos para setores que são importantes empregadores, como o da construção civil. Como se, diante da recessão econômica e do fechamento de postos de trabalho, o problema brasileiro fosse de crédito.

Por outro lado, no Palácio do Planalto, o mantra é que a presidente terá de pacificar a base aliada no Congresso para retomar a agenda da economia - não melindrar qualquer dos dois lados na disputa pela liderança do PMDB da Câmara é imperativo.

A ação visa a aprovar o ajuste fiscal e, especialmente, garantir uma mínima estabilidade política para propor uma impopular mas necessária reforma da Previdência. Somente com essa última, advertem os auxiliares de Dilma, será possível acenar para as próximas gerações com o fim do engessamento no orçamento do País, que já compromete pelo menos três quartos dos recursos com despesas obrigatórias.

A propósito, há importantes parlamentares da base aliada que comentaram, em tom de reclamação, o fato de que Dilma poderia tê-los chamado para integrar o colegiado. Não se sabe se isso terá efeito na relação dela com o Congresso, mas o simples registro deve deixar o Planalto de sobreaviso.

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Para sair da agenda negativa do impeachment, que esfriou, mas não foi definitivamente enterrado, a presidente quer usar o "Conselhão" como ponto de partida para uma virada. Restará a ela mostrar e, principalmente, convencer a todos a apoiar o seu ainda desconhecido ponto de chegada.

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