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Governo acelera atendimento de demandas para salvar Dilma

Presidente apressa uma série de medidas econômicas para ajudá-la a enfrentar na Câmara o julgamento do pedido de abertura de impeachment

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Por Ricardo Brito e Adriana Fernandes
Atualização:

(Dilma Rousseff/ Foto: Dida Sampaio/ Estadão)

Às vésperas e no dia do megaprotesto que tomou conta das ruas do Brasil neste domingo (13) que pedia o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o governo decidiu acelerar o atendimento de demandas de governadores, setores historicamente vinculados como o PT e a CUT, empresários e até a população em geral que podem ajudar, de forma direta e indireta, a tentar salvar o mandato da petista.

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Além do objetivo declarado de obter apoio para a aprovação da CPMF e da DRU, medidas do cada vez mais abalado ajuste fiscal, o Palácio do Planalto quer com essas concessões reforçar sua base de apoio para um intento mais emergencial: garantir ao menos 172 votos para impedir a aprovação em plenário da abertura do impeachment contra Dilma pela Câmara.

O receituário incluiu uma série de iniciativas que, diante do agravamento da crise política, já foram tomadas ou serão implementadas nos próximos dias: o abandono por ora da reforma da Previdência; a elevação do teto para financiamentos da casa própria; a alteração nas regras de empréstimos consignados; a aceleração do regulamento da repatriação de ativos, que reforça o caixa dos entes regionais; e a redução das taxas de juros em empréstimos do BNDES; a revisão na sexta-feira de uma decisão do Conselho Monetário Nacional, sustada pelo Senado dois dias antes e encaminhada para a Câmara, de ter elevado juros em financiamentos feitos com fundos constitucionais; e um desconto de 40% por um ano na prestação da dívida de Estados com a União.

Sobre esse último ponto, Dilma reuniu-se no domingo com seu ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para tentar acelerar a implementação da proposta. O encontro no Palácio do Alvorada passou despercebido em meio aos protestos. A expectativa é que a medida saia até sexta-feira (18). A aposta do governo é que os governadores, que têm forte influência nas bancadas de deputados e que serão beneficiados com as medidas, podem barrar o avanço do processo de afastamento.

A presidente tem se mostrado firme em manter Barbosa no cargo, mesmo diante da pressão feita por petistas e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cobram uma inflexão na política econômica de Dilma como forma de dar sobrevida ao mandato dela. Se Lula - que chamou o ministro para conversar na semana passada em São Paulo - resolver entrar para o governo, será um sinal de capitulação da presidente a sua política de condução da economia.

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Enquanto o Planalto busca enfrentar a tormenta política com ações na economia, o PMDB e o PSDB fecharam uma pauta de votações de matérias até o meio do ano seja com Dilma à frente da presidência ou não. Com o aval do vice-presidente Michel Temer, que pode assumir o governo, o presidente do Senado e ainda um dos raros peemedebistas ainda aliados de Dilma, Renan Calheiros (AL), vai privilegiar na "agenda expressa" propostas apoiadas em todo ou parcialmente pelos tucanos para tentar reanimar o ambiente econômico.

As articulações para tentar reanimar a economia estão sendo postas, mas o desenlace da crise política é que vai definir qual agenda vai vingar.

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