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Impeachment interdita economia

Crise provocada pela carta de Temer para Dilma golpeia de vez as decisões de investimentos que poderiam dar algum ânimo ao crescimento em 2016

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Por Adriana Fernandes e Ricardo Brito
Atualização:

Temer e Dilma (Dida Sampaio/Estadão) Foto: Estadão

Independentemente de quem ganhar a batalha do impeachment, a economia brasileira está interditada. A fervura no caldo da crise política provocada pela carta (de rompimento?) do vice-presidente Michel Temer para a presidente Dilma Rousseff golpeia de vez as decisões de investimentos que poderiam dar algum ânimo ao crescimento em 2016.

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É consenso no governo que não haverá tomada de decisão para novos investimentos enquanto não houver o desfecho do processo de impeachment. E que qualquer que seja o resultado do leilão de hoje dos terminais de portos - que poderia arrecadar quase de R$ 1 bilhão - não significará um sinal de alento para o governo.

A necessidade de acelerar o processo de impedimento no Congresso, evitando a convocação do recesso extraordinário previsto para começar depois do dia 22, é importante também para não levar o caos político para a economia. Por enquanto, a economia está em crise com a recessão, mas não há rupturas. Até agora...

Pragmático, o mercado financeiro passou a se debruçar hoje com mais atenção sobre o programa econômico do PMDB "Uma Ponte para o Futuro", patrocinado por Michel Temer.

As apostas de quem poderia o ocupar o lugar do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já fazem parte das agendas de analistas. Um nome chama a atenção: o do senador José Serra (PSDB-SP), que já declarou em entrevista que fará o possível para ajudar um eventual governo Temer. A comparação com a trajetória do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no pós-impeachment do ex-presidente Fernando Collor é inevitável.

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Na carta em que reclama para Dilma da falta de apoio a ele e ao PMDB, Temer escancara o alijamento da legenda das principais decisões para melhorar a economia do País. O governo tenta buscar uma articulação com a ala do partido que não quer o impeachment e que permanece aliado da presidente com cargos no governo. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), é o alvo preferencial do assédio.

A rigor, o ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil Eliseu Padilha foi o único peemedebista que desembarcou do governo. Mas há pressão para abrir caminho para outros.

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