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"Presidente" Lula mostra que economia vai mudar

Ex-presidente na Casa Civil aponta fim por ora da reforma da Previdência e provoca pressão sobre equipe econômica. Alterações na gestão podem ser decisivas em relação ao apoio do PMDB ao governo

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Por Adriana Fernandes e Ricardo Brito
Atualização:

(Lula/Dida Sampaio/Estadão) Foto: Estadão

O Brasil tem um novo presidente da República. A nomeação pela presidente Dilma Rousseff de Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro da Casa Civil coloca o ex-presidente no Palácio do Planalto e, na prática, no seu terceiro mandato à frente do comando do País.

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Se a ida de Lula para o governo tem por objetivo salvar o mandato de Dilma, melhorando o ambiente político no Congresso e barrando a admissão do impeachment pela Câmara, a decisão trará mudanças em relação à condução da política econômica.

Tanto é que a escolha de Lula já provocou abalos na posição do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O titular do BC pode deixar o cargo e já sinalizou a interlocutores que não aceita as propostas petistas de usar as reservas, depósitos compulsórios e reduzir os juros para estimular a economia.

Ex-assessor econômico de campanhas do PT, Nelson Barbosa sempre foi próximo do partido, mas começou a receber ataques de Lula, que vem pedindo mais ousadia na política econômica.

A pergunta que tem sido mais repetida pelos técnicos do governo é até que ponto Barbosa está disposto a ceder nos principais itens de sua agenda econômica para se manter no cargo. Na semana passada, ele chamou para o bom senso nessa hora de crise e alertou que não é hora de "extremismo".

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De concreto, a primeira vítima da influência de Lula foi a reforma da Previdência, definitivamente escanteada para atender à avaliação do ex-presidente de que não há ambiente político para tocá-la. Na primeira reunião do Conselhão, Lula havia recomendado a Dilma que não tocasse essa reforma, pilar da estratégia econômica do ministro da Fazenda. Não foi atendido por ela na ocasião.

Outro sinal de mudança é a aceleração pelo ministro da Fazenda de medidas para estímulo do crédito, que não estavam no centro de sua prioridade para o momento atual de ajuste fiscal. Na área econômica, o que se pergunta é qual Lula assume: O que fala que vai corrigir a desastrosa política fiscal do governo Dilma ou aquele junto com o PT que tenta empurrar a política econômica para uma guinada à esquerda, com medidas de estímulo ao crescimento que aumentam os gastos?

Principal esteio de Dilma no Congresso, o PMDB do Senado assiste à chegada de Lula com um misto de perplexidade. Ainda não definiu se respaldará sua entrada no governo totalmente. Os primeiros sinais são de que não devem apoiar qualquer guinada na condução da política econômica, ainda mais agora que eles fecharam uma agenda de votações com o PSDB.

A direção na qual Lula vai querer guiar o governo na economia será decisiva para o futuro político dele e de Dilma.

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