Compramos o concorrente

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Por Marili Ribeiro
Atualização:

A escolha para celebrar a fusão entre Perdigão e Sadia, um anúncio que chegou a ser marcado nove vezes antes de ser oficializado, recaiu sobre um vinho shiraz australiano, o The Dead Arm D'Arenberg, que custa R$ 235,00. Foi uma excelente escolha do presidente do conselho da Perdigão, Nildemar Secches, segundo o dono do restaurante Varanda Grill, Sylvio Lazzarini, onde foi bebido acompanhando bife de tira, na noite em que o contrato foi assinado. Lazzarini explicou que é um vinho frutado ótimo para acompanhar carnes. Contou também que Secches, cliente habitual há mais de sete anos de seu restaurante que existe há 12, quando chegou com o presidente do conselho da Sadia, Luiz Fernando Furlan, o puxou pelo braço e comentou bem baixinho ao do ouvido: "Sua profecia se concretizou, compramos o concorrente". Durante a coletiva com a imprensa que aconteceu no dia seguinte, onde Secches e Furlan se definiram como "equilibristas de pratos" para montar a arquitetura que levou ao fechamento do negócio, foi insistentemente ressaltado que houve uma "fusão" e não uma "compra". A preocupação com o termo se justifica para não ferir suscetibilidades. No passado, uma tentou comprar a outra e não deu certo. Agora, a situação se inverteu e quem quase foi comprada, liderou a atual operação por se encontrar em situação financeira melhor. Há muitos herdeiros e uma operação prevista para captar recursos no mercado. Desta forma, fusão é o termo que consideram mais adequado. Quanto ao logotipo da foto acima, que vem de Brasil Foods, a empresa que nasceu com a fusão/compra, não vai ficar estampado na camisa do Corinthians. Foi confeccionada apenas um exemplar para fazer charme durante a coletiva. A marca que segue patrocinando o timão é mesmo a Batavo, que faz parte do portfólio da Perdigão.

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