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Convocados para sambar pela cerveja

Por Marili Ribeiro
Atualização:

Adoro a série de comerciais da cerveja Skol. Tem momentos hilários. O "galã" de sunga e pochete é, indiscutivelmente, um achado. Entretanto, o último filme, realizado a toque de caixa para os festejos carnavalescos, não é assim uma brastemp. É divertido para quem curtiu os trabalhos anteriores, além de permitir uma rápida associação com o slogan da campanha: "Um por todos. Todos por uma".

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A proposta inicial da agência F/Nazca Saatchi & Saatchi era outra. O comercial avançava na saga dos amigos fanáticos por Skol. Levava o bando para o samba na avenida. Ao tentar esconder um cooler de cerveja dentro do dragão que cuspia fogo durante o desfile, eles acabavam chamuscados. Pior, depois disso, passam a ser confundidos com mulatas. Porém, devido ao episódio dos incêndios nos barracões das escolas de samba no Rio de Janeiro, a Ambev, dona da marca, achou arriscado ir em frente com a ideia. Cancelou a produção.

Pedro de Sá Earp, diretor de marketing de Skol, logo avisou que, ao desistir do filme pirotécnico, a companhia já teria algo encaminhado também em cima da saga dos amigos fãs de Skol em ritmo de Carnaval. Foi assim que nasceu a nova produção.

Desta vez, os personagens que desfilaram nas propagandas anteriores foram convocados. Além do galã de sunga, estão em cena as simpáticas velhinhas jogando buraco para anunciar as vantagens das mini embalagem de Skol, assim como os desastrados argentinos tentando sambar (peça veiculada no período da Copa do Mundo), e também as figuras mais recentes, como o monstro do pântano e os chineses "dois palitos". Todos eles ávidos devotos de uma Skol bem gelada.

Para a celebração do Carnaval, o anúncio faz esses personagens embalarem na música brega Adocica em versão samba. Música do cantor Beto Barbosa.

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O patchwork não chega a ser tão feliz como nas situações vividas nas edições anteriores. Mas são, indiscutivelmente, uma boa medida do sucesso da propaganda no Brasil. Afinal, a maior aposta dessa campanha está em acreditar que os telespectadores associem as histórias para embarcar na mensagem. Pode funcionar. Propaganda, apesar dos fortes discursos em contrário, também é diversão. E, por vezes, das boas.

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