Economia & Negócios
22 de março de 2012 | 10h00
A exigência de experiência profissional anterior e o salário inicial baixo costumam ser dois dos principais entraves à entrada dos jovens no mercado de trabalho. Esses fatores podem explicar porque, cada vez mais, cresce a procura de recém-saídos da escola ou da faculdade por uma colocação no setor público, em um mercado de trabalho com baixo nível de desemprego – ficou em 5,7% em fevereiro – e com escassez de profissionais.
Prova disso é que eles já invadiram as salas dos cursinhos em busca de preparação para o concurso público. “No período da manhã, 90% dos nosso alunos são jovens de 18 a 24 anos, geralmente desempregados”, conta José Luiz Baubeta, da Central dos Concursos. “Eles querem independência, querem trabalhar numa área que remunere bem e os faça feliz”, completa. O mix de concurseiros muda também de acordo com os horários. “De manhã, predominam os jovens. À noite e nos fins de semana, a presença maior é de pessoas na faixa etária dos 40, que estão procurando uma alternativa à carreira e também estão de olho na aposentadoria”, diz.
“Acho que uma característica (do emprego público) que atrai os jovens é a possiblidade começar com um salário inicial alto”, afirma Carlos Alberto De Lucca, coordenador do Siga Concursos. Segundo ele, a procura dos recém-graduados por preparação para o emprego público é comum há algum tempo na área jurídica e agora está crescendo também em outras áreas.
Qualquer que seja a idade, contudo, a escolha da carreira pública nunca deve ser feita por impulso. “Não é só escolher, é preciso pesquisar bem a função que desempenhará na vaga”, afirma De Lucca. Para Baubeta, uma opção é, assim que feita a escolha, procurar uma repartição pública e buscar informações sobre o dia a dia de trabalho. Os editais, claro, são a primeira fonte de pesquisa. Eles devem trazer um descritivo das funções de cada cargo que tem vagas abertas.
Caso a escolha se mostre equivocada no futuro, os mais novos levam vantagem: “Os jovens procuram algo que os satisfaça, mas se isso não ocorrer, eles conseguem mudar de emprego com mais facilidade”, afirma Baubeta.
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