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Alta de preços: Tesouro Direto garante retorno de 6% acima da inflação

No ano passado, após ter seu primeiro filho, um professor gaúcho correu para o banco para tirar seu CPF e comprar um título do Tesouro Direto para maio de 2035. A história ilustra duas faces de uma mesma moeda: enquanto alguns lamentam a alta dos preços, outros aproveitam a inflação elevada para fazer bons investimentos

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Por Yolanda Fordelone
Atualização:

O professor da história acima comprou um título público (NTN-B Principal) que na época garantia um retorno de 7% ao ano mais variação da inflação, no caso, do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em termos práticos, se ele investiu o dinheiro de um carro novo (R$ 50 mil), sacará daqui vinte anos uma casa a preços atuais (quase R$ 510 mil). Isso, após pagar todas as taxas e Imposto de Renda.

No cálculo, foi considerada uma taxa de administração zero, já oferecida por algumas corretoras hoje em dia. Também foi considerada uma inflação de 6% ao ano. Se descontar a alta de preços até 2035, claro, o valor seria bem menor (R$ 165 mil). No site do Tesouro Direto, é possível fazer a sua própria simulação.

 Foto: Estadão

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Passada a raiva (#PaiCadêMeuTítulo), vamos à ação. Como tirar proveito da inflação no longo prazo? Uma das opções já foi apresentada: títulos de inflação do Tesouro Direto. Eles garantem um retorno de um juro fixo, hoje em torno de 6% ao ano, mais a inflação do período. Isso significa que o título protege seu dinheiro contra a alta dos preços e ainda te dá uma rentabilidade de 6% ao ano. Vale lembrar que a caderneta de poupança atualmente paga em torno de 8% ao ano, ou seja, cerca de dois pontos porcentuais acima de uma eventual inflação de 6%, como projetada na simulação.

=> Guia de como aplicar no Tesouro Direto

Além dos títulos públicos, é possível se proteger aplicando em um fundo de inflação de um banco, uma aplicação que reúne o dinheiro de vários investidores e investe o montante em títulos de inflação escolhidos pelo gestor da carteira, que podem ser públicos ou de empresas. Essas são duas opções para se proteger diretamente da inflação porque estão atreladas ao índice de preços.

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E por que preservar o dinheiro contra a inflação?

Passagem de ônibus, CD, conta de celular. Tudo que você consome no seu dia a dia entra na conta da inflação oficial do Brasil, o IPCA, que no total possui 373 itens em sua cesta. No longo prazo, com a inflação, o dinheiro que você tiver poupado passa a valer menos caso o deixe parado. Exemplo: você possui hoje R$ 100 e compra 100 produtos com essa quantia. Se os preços sobem como um todo e você não investiu os R$ 100, por consequência, comprará menos que 100 produtos daqui alguns anos.

Outro problema da inflação é que algumas vezes o salário não acompanha a alta de preços. Se você é um trabalhador autônomo, por exemplo, ou se não conseguir reajustes que acompanhem a inflação, sua renda pode subir menos do que o índice no longo prazo, reduzindo mais uma vez seu poder de compra.

E não tem como escapar: itens como alimentos (26%) e transporte (19%), indispensáveis no dia a dia, são os que mais pesam na inflação. Para se ter uma ideia do efeito da alta dos preços, em 1994 se enchia o tanque de um carro com R$ 27. Hoje em dia, são necessários R$ 186, segundo cálculos do banco Itaú. A projeção dos especialistas da instituição é que a inflação - que em 2015 foi de 10,7% - perca força nesse ano e feche em 7,2%.

Clique aqui para ver o infográfico ampliado

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 Foto: Estadão
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