Em primeiro lugar, há um conjunto de reduções de impostos para o grupo de alta renda e para empresas. De acordo com o Tax Policy Center (pdf), o custo destes cortes, em relação à atual política adotada, seria de US$ 4.3 trilhões.
Em segundo lugar, ele propõe cortes de gastos. Destes, aproximadamente US$ 800 bilhões de redução serão obtidos com a conversão do Medicaid num sistema denominado "block grant" (em que cada Estado recebe uma subvenção única e ficará encarregado de decidir quem está qualificado para receber os benefícios e como dividir o financiamento recebido), uma subvenção que deve crescer apenas com a população e a inflação em geral; um grande corte comparado com as projeções que levam em conta os custos crescentes da saúde e o aumento da população idosa (uma vez que os idosos e os deficientes contribuem para a despesa maior do Medicaid). Outros US$ 130 bilhões de economia viriam de algo similar no caso do vale-alimentação. Depois há uma miscelânea de itens: fundos para financiamento da universidade para estudantes pobres e para formação profissional. Seja generoso e chame tudo isto cortes específicos, no montante de US$ 1 trilhão. Além disto, adicionemos US$ 700 bilhões de cortes no Medicare que Ryan denuncia no Obamacare, mas incorpora no seu próprio plano.
Portanto, se observamos as reais propostas, seriam estas:
Corte de despesas: US$ 1,7 trilhão Cortes de impostos: US$ 4,3 trilhões.
Este é um plano que aumentaria o déficit em mais de US$ 2,6 trilhões.
Como então, Paul Ryan se autodenomina o falcão fiscal? Ao afirmar que manterá seus cortes de impostos de um modo que a receita fica inalterada, ampliando a base, que ele não quer explicar como, e que fará novos grandes cortes de despesas, que também se recusa a especificar.
E isto é considerado pelos políticos em Washington como ideias sérias e uma firme resolução de reduzir o déficit.