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Em quem você irá acreditar?

Acessei meu e-mail hoje e recebi o conjunto habitual de mensagens dizendo que estou errado a respeito de tudo, e que devemos fazer o oposto de tudo que sugiro. Bem, vivemos num país livre.

Por Paul Krugman (The New York Times)
Atualização:

Mas fui levado a indagar, como faço tantas vezes, a respeito da determinação com a qual as pessoas acreditam em especialistas que lhes agradam do ponto de vista ideológico, independentemente do quanto eles tenham se mostrado errados de novo e de novo - errados num sentido que fez com que as pessoas que acreditaram neles perdessem dinheiro.

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Suponhamos que você tenha passado os últimos cinco anos acreditando naquilo que escrevem os suspeitos de sempre - os editoriais do WSJ, o National Review, os economistas de direita, etc. Eis o que teria ocorrido:

Em 2006 você teria acreditado que não havia bolha imobiliária.

Em 2007 você teria acreditado que seria impossível que os problemas no subprime contaminassem todo o sistema financeiro.

Em 2008 você teria acreditado que não estávamos numa recessão - e que a quebra do Lehman dificilmente teria consequências negativas para a economia real.

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Em 2009 você teria acreditado na iminência de uma alta inflação.

No início de 2010 você teria acreditado na iminência de juros exorbitantes.

É verdade que todos cometemos erros e entendemos as coisas equivocadamente de vez em quando - apesar de ser notável a frequência com a qual os trolls deste blog sentem a necessidade de me acusar de ter dito coisas que jamais disse. Mas, depois dessa sequência de erros, não seria de se esperar ao menos que o público começasse a desconfiar que esses especialistas considerados tão sábios têm uma visão fundamentalmente errada de como o mundo funciona?

Parece que não.

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