Paul Krugman
28 de outubro de 2010 | 16h20
Quando li a citação de Mitch McConnell que está atraindo tanta atenção – “A coisa mais importante que desejo é que o presidente Obama seja um presidente de um único mandato”-, minha preocupação imediata era se ela não teria sido usada fora de contexto. E quem ler a entrevista no National Journal (é preciso assinatura), as nuances são um pouco diferentes das que se poderia extrair da citação isolada.
Mas não de uma maneira positiva.
Quando se lê a coisa toda, o que se observa é que McConnell está tirando uma lição muito diferente dos eventos de 1995 da que foi tirada pela maioria dos especialistas, e que ele espera que os republicanos a tirem. A tentativa toda de pressionar Clinton para reduzir o Medicare bloqueando o governo federal foi um fracasso político para o Partido Republicano; mas McConnell não vê isso como uma evidência de que os republicanos foram agressivos demais.
Não, ele vê como evidência de que eles não foram suficientemente agressivos; eles estavam focados demais em sua agenda política, e negligenciaram o trabalho necessário para destruir Clinton:
Nós sofremos alguns graus de arrogância e agimos como se o presidente fosse irrelevante e que nós passaríamos por cima dele.
Assim, desta vez, eles não vão se empenhar muito em tentar aprovar leis reais; vão se concentrar na coisa importante: enfraquecer o homem na Casa Branca.
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