Vivendo sem uma política fiscal discricionária

Alex Tabarrok nos oferece um argumento interessante: experiência recente parece indicar que as políticas keynesianas, mesmo que adequadas, acabam não sendo politicamente viáveis quando você necessita delas. Não acho que devemos assumir isso como um fato imutável; mas então, quais são as alternativas?

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Por Paul Krugman (The New York Times)
Atualização:

Salários maiores e flexibilidade dos preços NÃO são a resposta;  quando você está preso a uma armadilha de liquidez é necessária uma política fiscal e alguns de nós tentaram explicar muitas vezes - aparentemente sem sucesso - que essas são condições com base nas quais  salários e preços em queda só podem piorar as coisas, não melhorar.

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Uma melhor regulamentação, para que crises não ocorram com frequência, seria bom. Como também estabilizadores automáticos mais vigorosos.

Mas o que realmente fica claro, se você admitir que a política fiscal discricionária não está presente quando  se necessita dela, é que ela pode justificar uma meta de inflação mais alta. Olivier Blanchard, do FMI, defendeu essa ideia um ano atrás.  Se tivéssemos entrado nesta crise com uma inflação de 4% ou 5%, e não 2%, haveria mais espaço para uma política monetária convencional  agir  antes de chegarmos a uma taxa de juro próxima de zero.

Mas as mesmas pessoas que denunciam o keynesianismo também fazem um grande alarido no caso da inflação  e nunca aceitariam uma meta de inflação mais alta. Então, o que podemos fazer se isso, também, for rechaçado?

Não muito. Se a política descarta todas as respostas eficazes, não haverá nenhuma resposta eficaz.

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