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Viagens e Transportes Aéreos

Oferta de passagens cai pela 1ª vez em 10 anos

Depois de anos de crescimento expressivo, o mercado aéreo fechou 2013 com a primeira queda na oferta de passagens em voos domésticos e com a menor expansão da demanda nos últimos dez anos.

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Por marinagazzoni
Atualização:

A oferta de assentos para voos domésticos caiu 2,89% no ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Já a demanda por passagens nacionais desacelerou e fechou o ano com crescimento de apenas 1,36%, contra altas de 6,81% em 2012, 15,92% em 2011 e 23,85% em 2010.

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A queda na oferta reflete o fechamento da Webjet, que interrompeu os voos em novembro de 2012 e tinha quase 5% do mercado, e a redução de 8% na oferta de voos na TAM em 2013, dona de 40% do mercado.

Desde 2012, as líderes TAM e Gol iniciaram um movimento de ajuste de oferta para recuperar a rentabilidade. As empresas cortaram os voos menos rentáveis e recuaram em seus planos de expansão de frota, em uma tentativa de voar com aviões mais cheios e melhorar sua rentabilidade.

No caso da Gol, o ajuste principal foi feito em 2012, quando a empresa fechou o ano com redução de 5,38% na oferta de voos, segundo dados da Anac. No ano passado, a empresa aumentou sua oferta em 5,2%.

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 Foto: Estadão

"Este número reflete o sucesso da estratégia que iniciamos no último ano e é o resultado direto do ajuste preciso na nossa oferta de assentos para o mercado doméstico brasileiro", afirma Claudia Sender, presidente da TAM, em comunicado. "Estamos satisfeitos porque fomos mais eficientes em 2013", disse.

Preços. Após sete semestres consecutivos de redução de tarifas, os preços das passagens aéreas voltaram a subir no País no segundo semestre de 2012, de acordo com dados da Anac.

"A alta de preços impacta na demanda da classe C. As empresas aéreas estão focando novamente no passageiro de negócios", disse o consultor em aviação, Nelson Riet.

Em 2010 e 2011, as companhias aéreas fizeram guerra de tarifas para atrair o passageiro de classe C para os aviões. Mas a estratégia não se sustentou nos anos seguintes, quando o setor sofreu um choque de custo.

Os vilões foram o aumento do preço do combustível, principal custo das empresas aéreas, e a valorização do dólar -mais da metade das despesas das companhias, como leasing e o próprio querosene de aviação, são atrelados à moeda americana. Esse choque de custo fez as empresas aéreas brasileiras amargarem, juntas, R$ 3,5 bilhões de prejuízo apenas em 2012, segundo dados da Anac.

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As perdas levaram as companhias a adotar uma política de expansão mais conservadora e a elevar preços, levando a uma desaceleração na demanda por voos em 2013.

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