O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, diz que a associação poderá admitir outras empresas estrangeiras como associadas, mas que o conselho deliberativo da instituição, que permanece restrito às empresas fundadoras. "Elas participam das discussões técnicas, mas não vão tratar de questões políticas e estratégicas do setor", disse.
A aproximação da TAP com a Abear começou há cerca de dois meses. A empresa portuguesa recorreu à associação para negociar com a Infraero questões relativas à operação no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. A reforma do local inviabilizaria o voo de Belo Horizonte para Lisboa, uma rota que leva cerca de 1.500 passageiros por semana.
"A adesão da Abear faz sentido em função do tamanho da TAP no Brasil. A maior receita da empresa vem do mercado brasileiro", disse o diretor de marketing da TAP no Brasil, Francisco Guarisa.
Hoje a empresa oferece 77 voos semanais a partir de 10 cidades brasileiras. Com o início dos voos em Manaus e Belém, a empresa ampliará sua oferta para 82 voos semanais.
Segundo Guarisa, a entrada da TAP na Abear não está relacionada ao processo de privatização da empresa. "Vamos tratar de questões operacionais. A privatização é um tema do governo português e não pela companhia aérea", disse.
Pressão. O governo português tem feito pressão no governo brasileiro para fazer com que grupos nacionais participem do processo de privatização. A Avianca chegou a fazer uma proposta no ano passado, mas ela foi rejeitada por falta de garantias de pagamento, segundo o governo português.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, chegou a afirmar em junho que o BNDES ofereceria crédito para empresas brasileiras interessadas nas privatizações de Portugal, como a da TAP. A maior pressão do governo era de que a Azul fizesse uma proposta pela aérea portuguesa. A companhia, no entanto, negou interesse na aquisição da empresa.