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Destaques do mundo da publicidade

A estreia de Loducca no mundo dos youtubers

Após vender agência no meio de 2015, publicitário terá programa na internet

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Por Economia & Negócios
Atualização:

Marina Gazzoni

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Quase um ano após vender e deixar o comando da agência que levava seu sobrenome, o publicitário Celso Loducca inicia um novo projeto. Ele lançará amanhã no Youtube um programa de entrevistas e debates de cerca de uma hora sobre temas diversos - os primeiros episódios trazem, por exemplo, discussões sobre a obra do escritor William Shakespeare e do psicanalista Sigmund Freud. Com o programa no Youtube, Loducca segue o caminho da produção de conteúdo, que, a seu ver, é uma das grandes tendências da publicidade.

Loducca já está há três anos à frente do programa "Quem Somos Nós?", transmitido pela rádio Eldorado. "Parei para pensar e vi que isso é algo que eu quero me dedicar mais", disse Loducca, que acredita que a versão em vídeo na internet poderá atrair uma nova audiência ao programa. A versão em rádio é um projeto da Casa do Saber, uma instituição de promoção cultural que tem Loducca como um dos fundadores.

Programa é gravado nas salas de aula da Casa do Saber, instituição que tem Loducca como um dos fundadore Foto: Sérgio Castro/Estadão

O publicitário se deu férias em agosto passado, depois da venda da sua agência para o grupo ABC, de Nizan Guanaes. "Queria ficar assim até fevereiro. Mas decidi ficar nessa espécie de período sabático até o fim do ano", disse ao Estado. Nesse período viajou pelo Brasil e exterior, andou à cavalo na sua fazenda e colocou a leitura em dia. Leu todas as obras de Shakespeare e, agora, está consumindo o realismo francês de Honoré de Balzac. Também mergulhou em séries famosas, como "Game of Thrones", do canal HBO, e "Better Call Saul".

Trajetória. Loducca entrou no mundo da publicidade depois de já ter trabalhado como professor de biologia de cursinho, vendedor de cursos de inglês no porta a porta e promotor de shows de artistas como Sá & Guarabyra, Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Inquieto, começou seis cursos universitários como Biologia, Engenharia, Psicologia e Publicidade - e não terminou nenhum.

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Seu primeiro emprego no ramo de publicidade foi como redator da então agência Standard, hoje Ogilvy. Passou pelas agências Young & Rubicam, Talent e FCB antes de fundar, em 1995, a então batizada Lowe Loducca & Partners, em sociedade com o publicitário britânico Frank Lowe e que tinha Nizan Guanaes como sócio minoritário. A empresa começou com um único cliente - o banco Bamerindus - e funcionava no próprio apartamento de Loducca. Depois da venda, a então agência Loducca foi rebatizada de LDC. Loducca diz que saiu completamente do negócio. "Não estou no dia a dia e não sou conselheiro. Sou apenas amigo dos novos sócios."

Novos projetos. Aos 57 anos, Loducca descarta se aposentar. A intenção do publicitário é desenvolver novos projetos. "Não sei o que ainda. Mas não quero fazer o que eu já fiz", afirmou, ressaltando que trata-se de uma opção pessoal e não de cláusulas contratuais que o proibiriam de concorrer com sua antiga agência de publicidade. Neste ano, o foco é o programa no Youtube.

Loducca diz que investiu "um carro de luxo" no projeto, mas quer que a produção encontre sua viabilidade financeira. "Se agradar ao público e tiver audiência, o programa naturalmente vai atrair patrocinadores." O publicitário diz que conversou com algumas emissoras de TV para lançar o programa, mas desistiu do espaço por considerar a lógica comercial invertida. A sugestão delas foi que ele encontrasse patrocínio para lançar o programa.

O aumento do consumo de vídeos online é uma das grandes tendências da internet, destaca Aldo Pini, diretor de planejamento da agência Bullet. "Temos pesquisas que mostram que o vídeo representará 70% do tráfego da internet em 2017", diz.

Ele ressalta que os conteúdos de humor e os vídeos de beleza e gastronomia representam atualmente os principais segmentos de acesso de vídeos online. Pini considera, no entanto, que o Youtube é democrático e que a tendência é que os canais busquem audiências segmentadas.

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As marcas já estão nesse espaço. Além da compra de mídia, elas também tentam adaptar sua mensagem para a linguagem do canal em que se inserem, na tentativa de travar um diálogo sem ruídos com a audiência.

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