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Informação para sua carreira

Opinião|A arte de moldar o executivo sob medida

Sou bom no que faço? O que preciso aprimorar em mim tanto técnica quanto psicologicamente? Tenho condições de crescer na carreira? A busca pelo autoconhecimento leva profissionais que ocupam cargos de chefia a procurar apoio de um coacher ou de um mentor para auxiliá-los na resolução de conflitos da carreira ou, até mesmo, na projeção de onde querem chegar nos próximos anos. Há casos em que a própria empresa recorre a um programa de coaching ou de mentoring para seus executivos. Apesar de ambas as técnicas estimularem o desenvolvimento da carreira profissional, elas apresentam algumas particularidades e trazem um resultado melhor quando aplicadas da forma correta. O coaching auxilia executivos mais experientes a solucionar problemas pontuais de sua carreira. É utilizado quando a empresa acredita que o profissional pode melhorar aspectos de relacionamento com clientes, com a equipe ou conhecimentos técnicos. "Normalmente, uma empresa contrata um coach quando espera mais resultado em uma operação ou quando um profissional foi promovido a gerente e não recebeu treinamento para assumir a nova função, por exemplo", diz a diretora da consultoria Crossing, Sandra Guedes. Já o mentoring, procura identificar e treinar jovens profissionais para assumir posições de liderança.

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Atualização:

Normalmente, o mentor é um executivo mais experiente que a empresa designa para "moldar" um futuro diretor. "Principalmente nos programas de trainees, há sempre um mentor que identifica um profissional de destaque e o acompanha em todos os passos dentro da corporação", ressalta a consultora.

No entanto, existem casos em que é o próprio profissional que nomeia alguém que admira para orientá-lo. Discípulo. Há, ainda, exceções como o caso do diretor-comercial da British Airways, José Antonio Coimbra, de 46 anos, que foi escolhido a dedo para a posição de "discípulo". Segundo ele, um chefe que teve na empresa onde trabalhou anteriormente, a Ford, foi o grande responsável por toda a sua formação técnica e de gestão. "Desde que entrei na empresa ele se preocupou em me orientar e me ensinar tudo sobre a área financeira. Era exigente e muitos, inclusive, o criticavam pelo seu jeito. Eu o defendia e ressaltava o grande profissional que era e dizia que deveriam aprender com ele e não criticá-lo." A fidelidade e o interesse de Coimbra lhe renderam duas promoções. "Quando viu que não tinha mais como crescer na empresa, disse que já era hora de sair de lá e de buscar outra oportunidade, já que ele projetou que eu deveria chegar ao cargo de diretor aos 33 anos. E foi isso mesmo o que ocorreu, mas na British." A falta de um mentor no início da carreira, não impediu o gerente de vendas regional da Hewlett-Packard (HP), Job Markus Leite Borges, de 45 anos, de buscar um coach para aprimorar seu relacionamento com clientes e o aumento de sua produtividade. "Já participei de programas de coaching duas vezes. Uma na empresa anterior e hoje na HP. É muito bom falar com uma pessoa experiente e com bastante vivência corporativa que está fora do nosso dia a dia sobre os problemas operacionais. Dependendo das metas que estabelecemos para a vida, recomendo que o programa de coaching seja feito a cada dois anos." Crescimento. Opinião semelhante tem o presidente do grupo de gestão de viagens e eventos corporativos Tour House, Carlos Prado, de 46 anos. Ele contratou um coach para auxiliá-lo a administrar o seu crescimento na empresa, que passou de 200 colaboradores, em 2007, para 400 atualmente. "Todos os profissionais de alto escalão passaram pelo programa. Eu mesmo selecionei o coach, que foi indicado por uma consultoria que já atuava conosco. Percebi que o programa foi fundamental para termos uma visão de 360º do nosso negócio." Para a vice-presidente da Associação Brasileira de Coaching Executivo (Abracem), Rosa Krausz, a escolha de um profissional que já esteve "do outro lado", ou seja, já viveu a rotina corporativa e ocupou cargo de direção é fundamental para o programa ter sucesso. "São profissionais que terão contato direto com executivos. Por isso, recomendo sempre que o coach não deve ser um rapaz de 24 anos, por exemplo, mas sim um profissional maduro", afirma Rosa. A vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Elaine Saad, também ressalta a importância da escolha de um profissional gabaritado para esse serviço. "É preciso buscar referências, ver qual a experiência corporativa dele e qual a metodologia que aplica no programa."

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