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Opinião|Entrevista com o CEO - Mario Anseloni presidente e CEO da Itautec

"Resultado por si só não dá sustentabilidade"

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O que o levou a se tornar diretor da HP em apenas dois anos? Algumas coisas. Primeiro, eu sempre fui muito reconhecido por minha capacidade de entregar resultados. Mas de uma forma sólida, sustentável, equilibrada, olhando rentabilidade, crescimento, indicadores financeiros etc. Crescer não é tão difícil, melhorar a rentabilidade é fácil, gerar caixa é fácil, melhorar a satisfação do cliente é fácil, melhorar indicadores de satisfação, de engajamento de funcionário é fácil. Tudo isso é fácil isoladamente. Quando se coloca tudo isso dentro de uma mesma equação, aí tem-se uma equação de quinto grau e fica mais difícil equilibrar tudo, de forma a dar sustentabilidade a uma operação, ao negócio. Então, eu comecei a ter visibilidade na HP. Eu tambem tive coach, o que foi importantíssimo. Também tenho facilidade grande de planejar e, depois, de executar. Outra facilidade é a comunicação, de engajar funcionários, além de criar relacionamento sólido, de longo prazo, com clientes. E sempre baseado em valores como ética, transparência. Então, isso também começou a despontar a ponto de me darem posições. Foram me testando.

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Como? Primeiro, deram-me uma posição mais importante em planejamento estratégico, depois na área de marketing, em seguida na área de gerenciamento de negócios. Na época, a unidade (em Miami voltada para America Latina) cresceu muito solidamente, melhorou todos os indicadores.

Isso fortaleceu sua imagem? Então, tudo isso foi dando uma reputação. Com isso, aos 39 anos, assumi a operação, que na época estava com faturamento de US$ 2,5 bilhões.

Só o desafio faz crescer? Eu sou muito motivado por desafio, mas não acho que seja só isso. O crescimento profissional tem de ter alguns desafios, mas também consistência de ações, fazer resultados. No entanto, o resultado por si só pode dar alguma projeção, mas não da sustentabilidade. É preciso conjugar resultados com vários fatores, inclusive valores, e ter consistência.

Você assumiu a Itautec com a missão de mostrar a forçaa da marca. O foco da empresa continua o mesmo? Atuamos em soluções: bancárias, para automação comercial, de computação para mercado corporativo e mercado consumidor, e serviços tecnológicos. Temos planos estratégicos e de melhoria de operacional para cada uma dessas unidades. Mas, ao mesmo tempo, a ideia e que a companhia deixe de ser vista como uma empresa de hardware e sim como uma empresa que também tem hardware como uma forma de agregar valor a soluções para seus clientes, sejam do mercado corporativo ou pessoa física.

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É uma reestruturação? Operacional e estratégica. É uma reestruturação de valores, de comportamentos, é uma transformação cultural. É um processo bastante intenso, profundo, complexo, para uma empresa que fatura em torno de R$ 1,6 bilhão, com 6 mil funcionários e que realmente já teve um momento brilhante e busca resgatar seu momento, dentro de um contexto competitivo diferente do que havia quando ela surgiu. O que conseguimos ver, depois de dois anos que eu estou aqui, é o resgate da esperança das pessoas, o brilho nos olhos das pessoas, a vontade de tentar resgatar aquilo que já lhes pertenceu. A Itautec é uma empresa cuja maior parte dos funcionários é muito antiga de casa. Então ver esse brilho nos olhos, é mágico. /CLAUDIO MARQUES

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