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Opinião|Formação em metodologia ágil valoriza currículo e eleva salário de profissionais

Cursos são voltados para profissionais em cargos de gestão e ensinam a otimizar processos internos; transformação digital das empresas infla vagas no mercado

Atualização:

Especial para o Estado 

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A dinâmica efervescente de mudanças e novidades dentro das corporações pede e valoriza profissionais cada vez mais ágeis. Para atender a essa demanda crescente, muitos deles, sobretudo quem ocupa cargos de gestão, têm recorrido a cursos de extensão ou pós-graduação de metodologia ágil.

Agilista, agile coach, scrum master. Esses são alguns dos termos usados para os profissionais que trabalham com agilidade. Somente no LinkedIn há mais de 1.500 anúncios de vagas relacionadas à busca "metodologias ágeis". Entre 2018 e 2019, o número de vagas relativas para esses profissionais cresceu 38% na multinacional de recrutamento Robert Half. Caio Arnaes, gerente sênior de recrutamento da companhia, diz que o valor das remunerações mensais para um scrum master varia entre R$10 mil e R$15 mil.

Graduada em gestão de projetos, Esteyce Cliquet trabalha como agile expert em uma rede de drogarias, que passa por uma transformação digital. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

"Os profissionais que realmente implementam os quesitos da metodologia ágil no dia a dia da empresa são os mais requisitados. Essa alta demanda inflou os salários", completa o recrutador.

Metodologia e formação

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A agilidade consiste em uma linha de pensamento baseada em ciclos curtos de experimentação, fortemente atrelada ao ambiente tecnológico e de inovação. A ideia é se afastar do trabalho em cadeia, 'departamentalizado', comum à administração clássica, e caminhar para um trabalho em rede. A partir de células ou pequenos grupos de tarefas, é feito o desenvolvimento de um produto, baseado em experimentação e tempo de resposta rápidos.

"Você trabalha com feedback constante, com várias entregas realizadas durante toda a execução do projeto. Com isso, é possível trabalhar com flexibilidade e mudar o caminho do seu projeto, para assim trazer o ganho esperado para o produto", pontua Fabiano Milani, coordenador do MBA em Agilidade da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

A Fiap iniciou o MBA na área com quatro turmas em 2019. Neste ano, outras quatro serão abertas. Em geral, essas especializações se voltam para o mercado atual, disruptivo, com o objetivo de preparar os alunos com os diversos métodos e ferramentas (softwares) de agilidade, como os Scrum, Kanban, Lean, DevOps, Squads & Tribes, entre outros. A ideia é que os alunos construam as habilidade necessárias para implementar a cultura ágil nas empresas.

"Em um modelo tradicionalista (de administração), você trabalha em cima de uma ideia, tenta pensar em todos os riscos e causas prováveis e começa a fazer uma série de estudos, baseados em achismos e teorias. Na agilidade, você vem para o pragmatismo", ressalta Cristiano Moraes, coordenador do MBA em Gerenciamento de Produtos Digitais e Negócios Ágeis da Faculdade Impacta de Tecnologia.

Com duração de um ano, a Impacta inicia neste ano a primeira turma de especialização nessa área. De acordo com Moraes, o curso nasceu para suprir uma demanda represada e também para redesenhar a ideia do MBA, saindo do modelo administrador clássico para o agilista. "As escolas de gestão tradicional estão se reformulando para esse novo modelo. É o modelo do Vale do Silício, do Google. Não tem como negar que veio pra ficar", destaca Moraes.

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Outra opção de capacitação são os cursos de curta duração. Na PUC-SP, por exemplo, desde 2015 é possível fazer o curso de extensão Gestão Ágil com Scrum, com duração de 12 horas. A universidade já capacitou mais de 300 alunos. David Lemes, coordenador do curso, diz que há previsão de lançamento, em 2020, de mais outros cursos de curta duração em metodologia ágil, complementares ao já oferecido. Caso haja demanda, Lemes afirma que a ideia é reunir todos em uma especialização, que deverá ser oferecida a partir de 2021.

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Busca por profissionais ágeis no mercado de trabalho

Em geral, a transformação digital é uma característica comum às empresas de diferentes segmentos que buscam profissionais com esse tipo de especialização. "Muitas delas estão entendendo a metodologia ágil como a mais adequada para conduzir a sua transformação digital ou melhorar projetos internos", assegura Arnaes, gerente de recrutamento da Robert Half.

Graduada em gestão de projetos, Esteyce Cliquet trabalha há seis anos com tecnologia. Em 2019, ela iniciou uma pós-graduação em gerenciamento ágil de projetos e negócios na Fiap. Desde então, viu o salário dobrar em menos de um ano.

"Já havia feito alguns cursos livres com foco em metodologia ágil de produtos e acabei conseguindo me recolocar antes de começar o MBA. Com a especialização, tive uma visão mais sistêmica de como funciona a agilidade no ambiente de negócios", conta. Atualmente, ela trabalha como agile expert em uma rede de drogarias, que passa por uma transformação digital.

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Opinião por Isaac de Oliveira
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