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Opinião|Gigantes do varejo disputam profissionais para cargos de gerência

Salários ultrapassam os R$16 mil no varejo têxtil e em lojas de departamento

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André Momberg trabalha em uma rede de fast food / Foto: Márcio Fernandes/Estadão

 

Renata Vieira/Especial para o Estado

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Um profissional com formação acadêmica, desejável especialização em negócios e, principalmente, capaz de integrar os diferentes setores de uma empresa na execução de uma estratégia de sucesso. Esse é o perfil procurado pelas gigantes do varejo brasileiro para cargos de média e alta gerência, mas a tarefa não tem sido fácil: a falta desse tipo de profissional no mercado vem supervalorizando essas funções, que chegam a render salários de mais de R$16 mil. Nos segmentos de moda e multicategoria - que inclui hipermercados, lojas de departamento e redes de fastfood -, a disputa pelo gerente perfeito é ainda mais acirrada.

Um levantamento com base em dados do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e do Mercado de Consumo (Ibevar), feito pela recrutadora Randstad Professionals, mostra que as 20 maiores varejistas do país, dos setores multicategoria e têxtil, concentram 28 mil profissionais nas gerências. Os salários começam na faixa dos R$4 mil e ultrapassam os R$16 mil. De acordo com o gerente regional de sales, marketing e retail da Randstad Professionals, Pavel Kerkis, a demanda por profissionais bem específicos é alta, mas o problema não está na falta de qualificação, e sim no perfil desses profissionais. "As empresas buscam líderes capazes de engajar suas equipes, se adaptar a mudanças constantes e trabalhar em um contexto multifuncional", diz. A escassez desse tipo de gestor acaba gerando uma espécie de leilão profissional, em que as empresas têm que elevar os salários para não perder seus líderes para as concorrentes. "É proposta e contraproposta, tudo para manter o profissional", completa Pavel.

A retenção de funcionários nas lojas também é um dos desafios dos gerentes de varejo. Segundo a Fecomercio-SP, a taxa de rotatividade no setor ultrapassou os 5% este ano, principalmente nas lojas de vestuário e calçados, que registraram uma taxa de 6,3% no primeiro trimestre, número considerado significativo de acordo com a assessora econômica da instituição, Julia Ximenes. Para Pavel Kerkis, as empresas estão tentando solucionar a perda nos cargos operacionais investindo em gestores com alta capacidade de liderança e engajamento, justamente para reter os funcionários e construir uma estratégia de negócio mais eficaz.

Os cargos de gerente de estilo - no caso das varejistas de moda -, de gerente de produto e de gerente de expansão e prospecção -no ramo multicategoria -, são os mais valorizados atualmente. Kerkis explica que hoje, um gerente de estilo, por exemplo, não é apenas um estilista, mas um profissional capaz de pensar em uma estratégia de marketing e entender todo o lado financeiro do processo, além de entender tendências e criar coleções novas. "O que ele faz tem impacto direto em todas as áreas da empresa, é essencial que ele entenda o negócio de forma global e converse com todos os setores", completa. No caso dos gerentes de Expansão e Prospecção, não basta comandar a abertura de novas lojas. Ele participa do processo de ponta a ponta, desde o estudo da viabilidade do negócio, até a estratégia de marketing de vitrine, por exemplo.

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André Momberg, 35 anos, é gerente de Expansão e Desenvolvimento de uma grande empresa do ramo de alimentação, e sabe bem que o mercado de varejo exige de seus gerentes um perfil multifacetado. Formado em Marketing e pós-graduado em Gestão de Negócios, André diz que para a função de gerência, não há exatamente uma formação específica. "O que conta mais é a experiência e a capacidade de interagir com todas as áreas da empresa", diz ele, que está há 12 anos no varejo. O executivo conta ainda que vem se sentindo bastante disputado nos últimos anos: "não se passam 3 semanas sem que alguma empresa me ligue oferecendo uma proposta".

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