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Opinião|O papel da formação superior para o sucesso da sua carreira

É fato que a experiência gera aprendizado, mas a combinação dos conhecimentos prático e acadêmico potencializa ainda mais a carreira, diz especialista em artigo

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Atualização:

Frequentemente ouço discussões sobre a necessidade ou não de fazer faculdade, seguida da polarização. Um lado afirma que "diploma é garantia de futuro". Já o outro lado diz que "faculdade é perda de tempo e dinheiro". A discussão, no entanto, não deve se basear apenas em argumento vazios. Uma reflexão mais profunda é necessária.

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Ao analisarmos as estatísticas, fica claro que, de forma geral, pessoas com nível superior têm maior empregabilidade e recebem maiores salários (em média, mais do que o dobro das que não possuem diploma). Afirmações genéricas do tipo "conheço pessoas que fizeram faculdade e estão mal" e "tal pessoa não fez faculdade e é milionária", apesar de reais, são potencializadas pelo chamado "viés da disponibilidade", em que fatos mais presentes no nosso dia a dia ou dos quais conseguimos nos lembrar parecem mais frequentes do que realmente são. Por isso, não devem ser o único fator preponderante para uma decisão tão importante.

A faculdade não é um fim - é o início. Uma faculdade (ou curso técnico) precisa ser o ponto de partida para a busca de conhecimento especializado. O diploma em si não garante muita coisa, ou seja, matricular-se em um curso qualquer, de uma universidade sem reputação, por achar que automaticamente conseguirá salários maiores, pode ser motivo de frustração e desperdício de recursos.

Por outro lado, cursar uma faculdade traz inúmeros benefícios tangíveis e intangíveis. O meio que frequentamos molda nossas ações. Estar em um ambiente de aprendizado, cercado por pessoas que possuem objetivos similares aos seus, que agregam conhecimento, pode ser fator de estímulo e gerar impacto positivo. Além disso, a rede de contatos construída na faculdade pode render indicações (uma das fontes mais valiosas de empregabilidade).

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Faculdade não é um fim, mas o início de uma vida de aprendizado e estímulos. Foto: Pixabay

Outra reflexão importante é: muitos alegam que não vale a pena fazer faculdade porque aquele mesmo conhecimento poderia ser adquirido de outras formas, como livros, vídeos, podcasts ou cursos rápidos. Mas o primeiro ponto a considerar é: o que você faria com o seu tempo se não estivesse na faculdade?

Mesmo para os mais disciplinados, é difícil manter a constância de estudar por diversas horas, ao longo de anos, consistentemente. O fato de estar vinculado a um curso também pode ser o gatilho necessário para a consistência nos estudos.

Conhecimento se constrói em blocos. Tudo o que se adquire nesse sentido vai sendo adicionado à base, fazendo com que seja mais fácil absorver novos conteúdos. É até possível dizer que o aprendizado em um curso de curta duração valeu mais do que todo o aprendizado da faculdade, mas, provavelmente, a base de conhecimento que adquiriu no ensino superior pavimentou o caminho para o maior aproveitamento dos cursos de curta duração, mesmo que isso não seja facilmente perceptível.

Há os que sustentem que o ideal é aprender na prática, trabalhando. É fato que a experiência gera aprendizado. Porém, mais do que somente um ou outro, a combinação dos conhecimentos prático e acadêmico potencializa mais a carreira do que a escolha de um caminho em detrimento do outro.

Estudar demanda recursos. Tempo, dinheiro e esforço são os principais. Por isso, se agarrar a uma opinião isolada de que "não vale fazer faculdade" pode soar como uma boa justificativa para sua inércia. Considero, porém, que não conhecemos o poder do aprendizado que ainda não obtivemos. Certamente, ir além do ensino fundamental ou médio o deixará apto para obter ainda mais conhecimento, de diversas formas, o que pode ser decisivo para o sucesso na carreira.

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* Breno Paquelet é especialista em negociações estratégicas pela Harvard Business School, com educação executiva em Estratégia Empresarial no Massachusetts Institute of Technology (MIT). É professor do MBA em Gestão Empreendedora da Universidade Federal Fluminense (UFF), professor convidado da Casa do Saber/RJ e autor do livro 'Pare de Ganhar Mal' (ed. Sextante).

Opinião por Breno Paquelet
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