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Opinião|O que é social hiring e por que isso pode garantir seu próximo emprego

Entender como funciona o recrutamento nas redes sociais é o primeiro passo para chamar a atenção dos recrutadores; veja cinco dicas para chegar lá

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Atualização:

Se você está em busca de um emprego novo, saiba que neste exato momento um recrutador pode estar olhando seu perfil nas redes sociais. E não estou falando apenas do LinkedIn, mas também do Instagram, do Twitter e até do TikTok. 

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Esse movimento, chamado de "social hiring" (ou recrutamento social, em tradução do inglês), exige atenção dos candidatos. Antes de prosseguir, um ponto importante: o fato de as redes sociais terem ganhado um grande peso no recrutamento não quer dizer que o currículo perdeu valor, combinado? Ele segue sendo muito relevante no processo seletivo e deve estar bem construído e sempre atualizado. 

O que mudou é o caminho para chegar até os talentos. Se antes da pandemia, as empresas procuravam novos talentos em feiras de carreira, bootcamps e eventos de networking, agora a prospecção é feita no ambiente online. Para se ter uma ideia dos números globais, só no LinkedIn 200 milhões de vagas são postadas todos os meses, 45 milhões de pessoas buscam emprego na plataforma, 77 candidaturas são enviadas por segundo e 4 pessoas são contratadas a cada minuto. 

O lado bom dessa tendência é que os brasileiros dominam a linguagem das redes sociais e transitam muito bem por esse território. Somos o segundo país que mais passa tempo navegando na internet, atrás apenas das Filipinas. De acordo com um levantamento da Sortlist, agência de marketing digital, nós dedicamos 3 horas e 42 minutos por dia às redes sociais. Mas nem tudo são flores.

As empresas estão nesses canais para vender seu peixe (mostrar a cultura, os valores e o jeito de ser para despertar o interesse dos talentos) e observar comportamentos e percepções de quem as segue. E isso pode ser bom ou ruim, a depender do que você anda publicando por aí. Pois é. Existe uma linha tênue entre ser genuíno e passar do ponto na espontaneidade.

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Ao mesmo tempo em que os recrutadores querem ver um perfil com graça ou personalidade, eles estão de olho nas pistas que você dá sobre a sua personalidade e as habilidades que possui. Isso não quer dizer que você deva ter uma página no Instagram com cara de currículo. 

Usar habilidades que domina pode ampliar gama de oportunidades no mercado de trabalho. Foto: @linkedinsalesnavigator

Mas como equilibrar tudo isso? Entendendo os macetes do que deve e do que não deve ser postado para ampliar suas chances profissionais. Vamos a eles: 

  1. Crie um perfil híbrido

Procure construir um perfil no Instagram ou no Facebook que atraia a atenção do recrutador, mas sem perder a espontaneidade. Para isso, mescle conteúdos pessoais com postagens profissionais. Você pode falar de um curso que fez, postar uma foto celebrando um aprendizado recente ou fazer uma selfie descontraída que mostre alguma conquista, como atividades de lazer, esportivas ou voluntariado. O recrutador vai ver informações que estariam num currículo, mas de uma ótica diferente.

  1. Conecte-se com as lideranças

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Se você se interessou pela vaga, curta a página da companhia e passe a seguir seus líderes. Os recrutadores prestam atenção aos detalhes e avaliam esse tipo de postura como uma demonstração de interesse por parte do candidato. Sem contar que, ao se conectar com as lideranças da empresa, você consegue acompanhar o que estão falando e quais são os desafios do negócio. Quando você for para a entrevista de emprego, terá mais repertório.

  1. Solicite depoimentos

Quando alguém que trabalhou, estudou ou deu aulas para você destaca suas habilidades no LinkedIn, a possibilidade de o recrutador ler os depoimentos é muito grande -- aumentando as suas chances de ser chamado para o processo seletivo. Por isso, vale solicitar que ex-chefes, professores ou colegas de faculdade que desenvolveram um projeto específico com você, por exemplo, escrevam a seu respeito. Isso faz toda diferença.

  1. Mantenha informações atualizadas

Se você fez um curso novo com certificação, praticou voluntariado ou se envolveu em projeto pontual que valha a pena ser mencionado, não se esqueça de atualizar as informações nas redes sociais. Isso ajudará você a receber os anúncios de vagas mais adequados ao seu perfil e também aumentará a sua visibilidade para a rede de recrutadores.

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  1. Preste atenção na maneira como você se comunica

Erros de português, posturas radicais, preconceito, extremismo e apologia às drogas pegam mal e, sim, podem causar reprovação antes mesmo de você ter a chance de se apresentar pessoalmente ao recrutador.

 

Além das dicas acima, preparei também algumas sugestões de publicações com base em minhas experiências como recrutador ao longo dos últimos anos.  

SINAL VERDE (poste)

Estão liberadas fotos de viagens, amigos, família e também de momentos descontraídos que demonstram o que você gosta de fazer. Vale postar ainda projetos finalizados com sucesso, como a conclusão de um curso, um trabalho voluntário ou um intercâmbio (esse tipo de coisa conta parte de sua história).

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SINAL AMARELO (poste com moderação)

Você pode comentar os acontecimentos nacionais e se posicionar politicamente, mas sempre com respeito e abertura ao diálogo. Neste campo, indico que você tome bastante cuidado com as fake news. Procure checar as informações que você publica e só divulgue as que forem de fontes confiáveis. Repassar informações falsas passa a imagem de que você é desatento ou, pior ainda, não possui pensamento crítico (uma habilidade bastante valorizada pelas companhias).   

SINAL VERMELHO (não poste)

Fotos que exponham você em situações íntimas ou constrangedoras, como por exemplo, uma foto de ressaca após uma festa, conteúdos que façam apologia ao uso de drogas, armas ou violência, ou mesmo falas que demonstrem discriminação ou atos preconceituosos, afastam qualquer empresa. As companhias olham para pessoas que têm responsabilidade, discernimento e equilíbrio.

* Tiago Mavichian é CEO e fundador da Companhia de Estágios, plataforma de recrutamento e seleção de estagiários, trainees e jovens aprendizes.

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Opinião por Tiago Mavichian
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