Carla Miranda
23 de agosto de 2012 | 07h00
Os anos 2000 foram a “década perdida” para os americanos, diz o título de uma reportagem do Wall Street Journal, com base em dados da emrpesa de pesquisa Pew Research.
Apesar do título chamativo, o Journal entra em uma discussão sobre o tamanho da classe média dos Estados Unidos e esquece de citar um gráfico, apresentado no estudo (e reproduzido acima), que mostra claramente o que foi a década perdida.
Nos anos 1950, 1960 e 1970, a renda média dos americanos aumentou em todos os cinco estratos em que o estudo divide a população. Detalhe: nas duas primeiras décadas citadas, os mais pobres foram os que conseguiram, de longe, o maior ganho de rendimento.
Na década de 1970, os pobres também melhoraram de vida, mas não tanto quanto a classe média.
A partir de 1980, a situação começa a piorar para a classe baixa. Os 20% mais pobres, nesse período, tiveram uma perda de rendimento – e foram os únicos que sofreram desse problema. Todos os demais grupos aumentaram a renda, ainda que em ritmo menor que em décadas anteriores.
Ainda em 1980, nota-se que a classe alta foi a que mais consegui aumentar a renda. Os 5% mais ricos tiveram, disparado, o maior incremento na renda.
Mais tarde, nos anos 2000, todos os estratos tiveram perdas, especialmente a camada mais baixa. Os 5% mais ricos também perderam, e, no fim das contas, a classe média foi a que menos reduziu sua renda na década passada.
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