Investidores especulam que o Banco Panamericano, do empresário Silvio Santos, pode atingir o status conhecido como grau de investimento, mostram dados levantados pela agência de informações Bloomberg.
Os títulos emitidos pelo banco têm se comportado de forma diferente da maior parte do mercado. O retorno dos papéis de uma dívida de US$ 500 milhões da instituição financeira com vencimento em 2020 teve leve queda de 0,06 ponto percentual, para 8,36%.
Enquanto isso, títulos semelhantes emitidos pelo Itaú Unibanco, que é o maior banco privado do País em valor de mercado, fizeram o caminho inverso, subindo 0,32 ponto percentual, ainda segundo dados da Bloomberg.
A queda no retorno de títulos de dívida indica melhora da confiança dos investidores na instituição que emite esses papéis. O grau de investimento, em oposição ao grau especulativo, é um atestado das agências de classificação de risco que aplicar em determinado papel é pouco arriscado. Em outras palavras, atingir o grau de investimento significa alcançar um novo patamar de credibilidade diante dos investidores.
Respaldo da Caixa
As especulações sobre a elevação da nota do Panamericano, segundo a Bloomberg, tiveram início quando o banco anunciou seus planos de vender 36% de seu capital para a Caixa Econômica Federal, que já é grau de investimento, com nota Baa3 pela agência Moody's.
Agora, os investidores especulam que as autoridades reguladoras aprovarão a transação.
"Atualmente, o mercado espera que, assim que o Banco Central aprove o negócio, a nota do Panamericano seja automaticamente elevada por múltiplas agências", afirmou à Bloomberg a analista Natalia Corfield, do ING Groep NV, em Nova York.
A analista Ceres Lisboa, da Moody's em São Paulo, foi mais contida em declarações à Bloomberg: "Alguma coisa positiva está por vir, mas eu não sei se alcançará o grau de investimento".