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Carlos Slim tenta impedir que Telefónica compre Vivo, diz jornal

Dono da Claro quer entrar na Portugal Telecom para impedir oferta hostil

Por Carla Miranda
Atualização:

Atualizado às 10h58

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O empresário mexicano Carlos Slim, homem mais rico do mundo pelo ranking da revista Forbes, "fará tudo" para impedir que a companhia espanhola Telefónica adquira o controle da operadora de telefonia móvel Vivo, informa o jornal Brasil Econômico.

As ações preferenciais da Vivo (que não dão direito a voto) caíam 1,35% por volta das 10h40; já as ordinárias (que valem voto e normalmente são pouco negociadas) saltavam 8,39% no mesmo horário. Os papéis da Portugal Telecom subiam 7,44%.

Slim, dono de uma fortuna que soma US$ 53,5 bilhões, é o principal acionista da mexicana Telmex, companhia que controla a brasileira Claro. Segundo o jornal, ele enviou representantes a Lisboa para tentar comprar parte da Portugal Telecom (PT), que detém metade do controle da Vivo.

A Telefónica, dona da outra metade, ofereceu no dia 6 de maio 5,7 bilhões de euros à empresa portuguesa para adquirir o controle da Vivo.  A PT rejeitou. Depois, o diretor financeiro da espanhola, Santiago Fernandez Valbuena, afirmou em entrevista publicada ontem (quarta-feira, 26) no jornal Financial Times que não descarta a hipótese de fazer uma oferta hostil para comprar a própria PT (a Telefónica já é o maior acionista individual da PT, com uma fatia de 10%). 

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Na mesma entrevista, a Telefónica expôs também uma segunda estratégia para tentar controlar a Vivo: ameaçou impedir a distribuição dos dividendos da operadora móvel, o que afetaria a Portugal Telecom. Como as duas empresas ibéricas dividem meio a meio o controle da brasileira, os dividendos só podem ser distribuídos se houver consenso. Ao bloqueá-los, a Telefónica pressionará a companhia portuguesa, que depende mais desses recursos, explica o Brasil Econômico.

Slim agora entra na briga. Se comprar parte da PT, pode impedir que a Telefónica adquira o controle da Vivo. Ainda de acordo com o Brasil Econômico, o mexicano já conversou pessoalmente com Ricardo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo, instituição financeira portuguesa que detém 7,99% da PT. Em entrevista ao jornal, Salgado deixou clara sua opinião: "Tudo tem um preço, menos a honra", disse. 

A disputa pela Vivo ocorre num contexto em que as empresas de telecomunicações tentam unir os diversos serviços em um único pacote para o cliente. "O grupo que conseguir entregar ao consumidor final os serviços de telefonia fixa, celular, TV a cabo e banda larga [...] vai poder [...] deixar os concorrentes para trás", segundo análise de Thaís Costa, no Brasil Econômico.

Esse é o interesse da Telefónica, que já controla telefonia fixa em São Paulo e busca sinergia com o serviço de telefonia móvel da Vivo. É também o caminho escolhido pela Telmex, que decidiu fundir duas empresas que controla no Brasil, a Claro e a Embratel, segundo a Folha de S.Paulo.

Leia a reportagem no site do Brasil Econômico

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