A China está tentando aproveitar a estagnação econômica do Japão para ter acesso à tecnologia que o arquipélago desenvolveu ao longo das últimas décadas, segundo reportagem da revista britânica "The Economist" desta semana.
O país da Ásia continental quadruplicou a quantidade de dinheiro usado na compra de empresas japonesas, passando de US$ 4,3 bilhões em 2008 para US$ 16,9 bilhões em 2009. No entanto, o número de companhias japonesas compradas pelos chineses nem chegou a duplicar, o que significa que a China tem investido em firmas maiores.
Em valores absolutos, os números não são grandes se comparados ao tamanho das duas economias, que disputam a posição de segundo maior Produto Interno Bruto do mundo. No entanto, o caso chama atenção principalmente por dois motivos. Primeiro, "o Japão tem uma longa história de resistir a estrangeiros que querem comprar suas empresas", diz a Economist. Em segundo lugar, esse movimento é especialmente "tocante" se lembramos das "relações difíceis" entre os dois países, historicamente.
Segundo a Economist, o interesse dos chineses não é na economia japonesa, que está estagnada, mas nas tecnologias e marcas que podem ser transferidas para a China.
A revista observa que o esperado fortalecimento do yuan, após fortes pressões da comunidade internacionais, vai impulsionar esse movimento, deixando as companhias japonesas mais baratas do ponto de vista chinês.