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China virou o maior parceiro da América Latina, diz 'Financial Times'

Caderno especial mostra Eike como exemplo do desenvolvimento latino

Por Carla Miranda
Atualização:

A China ainda não é o maior parceiro comercial da América Latina em números absolutos. Mas o "Financial Times" diz com todas as letras, no título da primeira e principal reportagem de um caderno especial sobre a região publicado nesta terça-feira, 26: "China é agora o maior parceiro".

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A sacada do diário está em perceber que, para entender as mudanças vivdas pela América Latina, não importa tanto saber quem mais comercia com a região hoje, e sim quem mais tem contribuído para a expansão da região - no caso, a China. Em outras palavras, não é preciso esperar o país asiático passar os EUA no comércio com os latino-americanos para dizer que são os chineses a principal força externa transformadora da região.

O comércio entre os Estados Unidos e a América Latina somou US$ 486 bilhões no ano passado, quase o quádruplo daquele entre a China e a região (US$ 130 bilhões). No entanto, o comércio entre o país asiático e a América Latina cresceu 16 vezes de 1999 a 2009, de US$ 8 bilhões anuais para US$ 130 bilhões. No mesmo período, as trocas entre os EUA e a América Latina apenas dobraram.

A queda da pobreza, a ascensão da classe média e a "efervescência dos mercados" se devem à "espetacular expansão do comércio de commodities", escreve John Paul Rathbone, autor do texto e editor do "Financial Times" para assuntos da América Latina. E é a China que puxa diretamente o aumento da demanda por essas mercadorias (ainda que seja para fabricar produtos e exportar inclusive para os EUA).

Por outro lado, o jornal não deixa de citar um já conhecido problema que o comércio com a China traz, o dos produtos chineses baratos que prejudicam a indústria latino-americana. "Cada vez mais 'sombreros' mexicanos e biquínis brasileiros são fabricados na China", afirma a reportagem.

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Eike, exemplo da expansão latina

O caderno especial defende que o "'boom' de commodities está conduzindo o desenvolvimento" da América Latina e apresenta Eike Batista como um personagem que exemplifica a mudança no continente.

 "Em 2006, quando Eike Batista abriu o restaurante chinês mais refinado do Rio de Janeiro, sua fortuna mal entrava para a lista da "Forbes". Agora, o magnata brasileiro do petróleo e da mineração é o oitavo homem mais rico do mundo."

 "A fortuna estimada de US$ 30 bilhões de Batista cresceu junto com o aumento da ligação entre Brasil e China. É também um atestado do senso prático de Batista para os negócios o fato de que o seu restaurante no Rio de Janeiro tenha se tornado um conveniente espaço para entreter os seus parceiros comerciais chineses", nota o "Financial Times".

Destrinchando a AL

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O caderno especial fala também dos investimentos da China em infraestrutura na América Latina, dos "inconvenientes" que acompanham os investimentos estrangeiros, dos problemas portuários na região, da redução das exportações de cocaína, da importância que os Estados Unidos veem em seu "quintal", das relações com a Índia e com a África (esta tendo a Vale como um dos seus principais expoentes), das relações entre os países latino-americanos.

Além das reportagens impressas, o "Financial Times" traz em seu site um infográfico com dados históricos sobre exportações e importações de cada país, no setores de agricultura, energia e mineração.

Veja a reportagem especial no site do "FT" (em inglês)

Faça o download do caderno especial (idem)

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