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Consumo decepciona nos EUA e economia pode crescer menos no 2º trimestre

Risco é que o PIB do país fique 'perigosamente' perto de contração

Por Hugo Passarelli
Atualização:
 Foto: Estadão

Ao mesmo tempo em que a China desacelera seu crescimento, nos Estados Unidos há dúvidas se a recuperação econômica de fato engatou. Após dados fracos do comércio varejista, os agentes promoveram uma rodada de corte nas previsões para alta do Produto Interno Bruto (PIB) no 2º trimestre, o que coloca o país "perigosamente perto da contração econômica", afirma o Market Watch.

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Segundo o site, especializado em mercado financeiro, as previsões para o PIB foram cortadas de 1,4% para 1% - vale a ressalva de que, nos EUA, é mais comum a divulgação do PIB trimestral em bases anuais. É uma maneira de simular como a economia do país se comportaria ao longo de um ano se repetisse o desempenho dos três meses analisados.

No Brasil, as divulgações pelo IBGE geralmente usam a comparação trimestral. Pela lógica brasileira, um crescimento anual de 1% dos EUA seria algo em torno de 0,3%. Para efeito de comparação, o Brasil cresceu 0,6% no primeiro trimestre e a expectativa é de um crescimento de 0,8% de abril a junho.

O motivo que acendeu a luz amarela dos analistas americanos é o mesmo que tira o sono da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff: a falta de disposição dos consumidores em ampliar os seus gastos e contribuir para que a economia gire mais rapidamente.

As causas, não. Aqui, o endividamento do brasileiro - que bateu novo recorde no 1º trimestre, a 43,99% - pode explicar o consumo mais moderado em comparação com os últimos anos. Lá, o mercado de trabalho ainda em recuperação e o impacto do desemprego sobre a renda podem explicar o varejo em ritmo fraco. "Desde que a recessão começou há cinco anos e meio, a falta de crescimento de renda foi um importante fator que restringiu a demanda. Agora, parece que a renda está finalmente crescendo", diz o Market Watch.

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Mas o desaquecimento no varejo diante dos consumidores ainda cautelosos pode se espalhar pela economia. "Como o consumo começou o trimestre fraco, é possível que os gastos dos consumidores cresçam menos que 2% numa taxa anual. Sem um crescimento maior, os empresários não vão investir tanto. E os investidores podem ficar desapontados com o crescimento baixo das receitas de suas empresas", destaca o site.

Agora, o ponto-chave da economia dos EUA reside sobre o mercado de trabalho. "A grande questão para o segundo trimestre é se o crescimento do emprego pode continuar a colocar a economia para crescer rapidamente ou se o desempenho do PIB primeiro semestre vai derrubar as contratações".

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