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Empresas dos EUA faturam com censura no Oriente Médio

Empresas lucram vendendo a governos autoritários softwares de filtrar sites

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Por Carla Miranda
Atualização:

O "Wall Street Journal" publicou nesta segunda-feira, 28, uma reportagem mostrando o florescimento de uma espécie de indústria da censura nos Estados Unidos, que o jornal chamou de "Censorship Inc". Trata-se de empresas norte-americanas que fornecem tecnologia usada por governos autoritários do Oriente Médio para censurar sites.

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Veja alguns exemplos citados pelo "Journal":

- A McAfee, recém comprada pela gigante Intel, provê o software usado pelos governos de Bahrein, Arábia Saudita e Kwait para filtrar conteúdo na internet;

- A Blue Coat Systems, da Califórnia, vendeu hardware e tecnologia usada por Bahrein, Emirados Árabes e Catar para censurar conteúdo na internet e, algumas vezes, bloquear totalmente o acesso da população a um determinado site;

- O governo do Bahrein planeja usar tecnologia da também norte-americana Palo Alto Networks para que o país tenha mais opções de bloqueio de sites e tornar mais difícil, para a população driblar a censura;

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- A Websense, que tem uma política de "não fazer negócio com governos e provedores de internet engajados na censura", vendeu ao Iêmen sua tecnologia de filtrar conteúdo na internet. O país usa o produto para bloquear ferramentas que permitiriam aos cidadãos fugir do monitoramento online feito pelo governo.

O jornal explica que o mercado para esse tipo de tecnologia, de filtrar sites, cresceu nos anos 1990, quando empresas, escolas, bibliotecas e outras instituições começaram a comprar softwares para impedir que as pessoas usassem os computadores da entidade para acessar conteúdo pornográfico. Agora, essa mesma tecnologia é vendida a países que a usam para fazer censura política na internet, segundo o "Journal".

Leia a reportagem no site do "Wall Street Journal" (em inglês)

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