Colaboração especial de Carlo Cauti
Moção apresentada no Parlamento italiano aponta que as moedas de 1, 2, e 5 centavos de euros têm custo de produção superior ao poder de compra - mostra o Corriere della Sera. O debate foi apresentado por deputados italianos do partido Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL, na sigla em italiano). Eles querem rever o custo de fabricação do dinheiro.
"Fabricar uma moeda de um centavo custa 4,5 centavos de euro, os custos para produzir moedas de dois centavos são 5,2 centavos de euro e os para as moedas de cinco centavos são 5,7 centavos de euro", salientaram os deputados no documento.
Segundo o levantamento realizado pelos políticos, desde a introdução da moeda única europeia, em 2001, a Casa da Moeda italiana teria produzido 2,8 bilhões de moedas de um centavo de euro, 2,3 bilhões de moedas de dois centavos e 2 bilhões de moedas de cinco centavos. No total, o valor real das peças foi de 174 milhões de euros, mas, ao mesmo tempo, a produção gerou custo total de 362 milhões de euros, com prejuízo líquido de 188 milhões de euros.
Além da perda para os cofres públicos, as moedas de um, dois e cinco centavos de euros representam incômodo para a população, que, em razão do valor irrisório, chega frequentemente a se desfazer dos trocados para não ter pesos excessivos nos bolsos. Em muitas ruas de cidades europeias é comum encontrar centavos de euros jogados no chão.
Em alguns países da Europa, como Finlândia e Holanda, a circulação de moedas de um e dois centavos de euros foi abolida e os preços foram arredondados.
De acordo com a Comissão Europeia, o principal obstáculo para a abolição dos trocados seria psicológico. A retirada dos centavos representaria "risco de inflação, por causa das reações negativas geradas pelo arredondamento dos preços".