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'Financial Times' sobre Libra: 'O leilão que nunca foi'

Para ministro Guido Mantega, no entanto, leilão de Libra ‘foi um sucesso’

Por Gustavo Santos Ferreira
Atualização:

Em análise sob o título Brasil: o leilão de petróleo que nunca foi, o Financial Times não constatou o mesmo sucesso que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, viu no primeiro leilão do pré-sal.

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"Depois de meses de campanha publicitária, excitação, protestos e ações judiciais, o Brasil finalmente leiloou sua maior descoberta de petróleo - o campo de Libra. 'Leilão', no entanto, talvez seja termo enganador", ficou dito no artigo.

A publicação questiona o leilão pelo fato de apenas um conconsórcio ter entrado na disputa - e, portanto, apenas a proposta mínima exigida para o ganhador ter sido ofertada, sem concorrência.

Mantega. Para ministro da Fazenda, no entanto, leilão de Libra 'foi um sucesso'  Foto: Estadão

Mas a publicação considera que, sim, o leilão foi um "alívio" para o governo. E lista quatro motivos:

1) Ele realmente aconteceu, apesar de todos os protestos antiprivatização no estilo "o petróleo é nosso";

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2) Embora o lucro com óleo para a União tenha sido estabelecido pelo mínimo exigido pelo negócio, isso pode ser bom para a Petrobrás. Caso fosse maior esse lucro, as cobranças por um ritmo mais acelerado de produção causariam importante pressão num momento financeiramente delicado;

3) Os 40% de participação da Petrobrás no consórcio de Libra, assim como a razão acima, mantêm a empresa menos pressionada;

4) A participação de Shell e Total (somadas, têm 40% de participação, assim como a Petrobrás) no consórcio ajuda a legitimar o criticado modelo de partilha - que sustenta a interferência do governo com retornos financeiros à União e sociedade forçada com a Petrobrás.

A má notícia para o FT é que, se não foi um sucesso, também não foi um fracasso capaz de mudar os métodos empregados até agora na venda do pré-sal.

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