Em um momento em que os países ricos tentam reduzir os desequilíbrios de suas contas públicas, o governo dos Estados Unidos desconfia que bancos americanos estariam tirando proveito de benefícios tributários dados pelo Reino Unido, segundo uma investigação feita pelo jornal britânico "Financial Times" em parceria com a ONG também inglesa ProPublica. O diário chamou a disputa de "guerra fiscal".
O banco britânico Barclays teria um "papel chave" em criar estratégias que trabalhavam assimetrias nos sistemas tributários", segundo a reportagem. O governo dos EUA acredita que as operações junto ao Barclays permitia aos bancos americanos pouparem US$ 1 a cada US$ 0,50 pagos.
Segundo o "FT", bancos americanos dizem que já conseguiram fazer economias consideráveis porque Barclays teria provido financiamentos com custo abaixo do praticado pela média do mercado, mas em operações que incluíam a criação de subsidiárias no Reino Unido, que por sua vez providenciavam benefícios significativos.
A questão, diz o jornal, é se essas operações são um negócio legítimo ou se "foram desenhadas especificamente para gerar crédito tributário impróprio", livrando-se de taxas nos EUA.
De outro lado, quatro bancos americanos estão processando o governo dos EUA alegando que eles teriam direito a mais de US$ 1 bilhão em benefícios tributários não concedidos ao longo da última década.