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Jornal francês vê decisão 'arriscada' de Dilma na política monetária

Para o diário, Dilma adotou 'posição ofensiva' e 'joga duro', mas partida não acabou

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Por Carla Miranda
Atualização:

O jornal francês "Les Echos", especializado em economia, publicou uma reportagem na qual afirma que a "mudança de rumo" da política econômica do governo é uma decisão 'arriscada'. O diário ressalta que o governo adotou uma "posição ofensiva" em relação à crise e que a presidente Dilma Rousseff "joga duro". Mas "a partida está longe de ser ganha".

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Iuli Nascimento*, colaborador do Radar Econômico, comenta.

'O jornal francês 'Les Echos' diz que diante da degradação da conjuntura econômica, a presidente Dilma Roussef decidiu relaxar a política monetária brasileira. Uma pequena revolução em um país onde as taxas de juros são altíssimas. Essa decisão não é aceita em unanimidade porque os gastos públicos continuam a aumentar e o risco significativo de uma inflação ainda é uma realidade, contrariamente ao que pensa o Banco central achando que esse risco começa a se distanciar da realidade econômica brasileira. 'Les Echos'" anuncia que nove meses após sua candidatura, a ex-guerrilheira, que enfrentou um momento difícil na luta contra a corrupção, prepara-se para tentar diminuir o impacto da crise econômica mundial. A presidente do Brasil acha que esse momento de recessão pode ser uma boa ocasião para corrigir uma antiga anomalia da economia brasileira, as altas taxas de juros. Isso representa uma verdadeira mudança no contexto atual: a instituição monetária já aumentou cinco vezes as taxas de juros em 2011. Muito falta a ser feito; hoje essa taxa é de 12% e representa uma das mais altas do mundo. Mas há 12 anos, o Banco Central teve que aumentar suas taxas de juros a 45% e, desde então, a taxa de juros real, que considera os aumentos de preços, ultrapassou frequentemente os 5% ao ano. 'É isso que Dilma quer mudar', diz o jornal. A prioridade de Dilma Roussef é o crescimento econômico. O governo brasileiro espera obter uma progressão do PIB de um pouco menos de 4% em 2011, e, apesar da crise econômica , espera-se para 2012 uma progressão de 5 % do PIB. O economista brasileiro Paulo Nogueira Batista Junior, representante do Brasil no FMI, comentou no jornal 'O Globo' que 'a decisão do Banco central promete trazer mais benefícios que custos e riscos'."  

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