O "Ocupar Wall Street", movimento que nasceu em setembro na forma de um acampamento em Nova York e sem ligação com instituições, agora tem recebido apoio logístico de sindicatos americanos, informa o "Washington Post".
Segundo a reportagem, sindicatos proveem aos ativistas alimentos, serviço de fotocópia, espaços para serem usados como escritórios e salas de reuniões, entre outras formas de ajuda.
Em troca, membros do "Ocupar" participam de manifestações contra empresas envolvidas em disputas trabalhistas. Para esta sexta-feira, estava previsto um ato reunindo ativistas e trabalhadores do setor de telefonia em protesto contra a Verizon.
Para o jornal, essa parceria "representa um novo capítulo para os ativistas anti-Wall Street, que já expressaram repúdio a forças estabelecidas tanto na forma de grandes partidos políticos como nas táticas de organizações tradicionais usadas há muito pelos sindicatos".
'Oportunidade'
"Esta é uma rara oportunidade para os sindicatos", disse ao "Post" o presidente do sindicato de caminhoneiros em Nova York. Segundo o jornal, trabalhadores desse setor se tornaram visitantes regulares do Zuccotti Park, onde os ativistas do "Ocupar" estão acampados.
O "Post" afirma que o presidente da seção de Nova York da AFL-CIO, maior central sindical dos Estados Unidos, conversou com autoridades municipais para tentar convencer o prefeito Michal Bloomberg a não retirar os ativistas da praça.
"Nossos membros vinham tentando levantar essa questão sobre Wall Street há muito tempo. Este movimento nos provê um veículo", disse ao "Post" o presidente da AFL-CIO. "Este é um movimento organizado. Nós não estamos tentando aparelhá-lo. Apenas estamos caminhando ao lado dele", afirmou.
O movimento tem recebido apoio de sindicato também fora de Nova York, em Boston, Sacramento, St. Louis e Los Angeles, segundo a reportagem.