Uma pesquisa feita com altos funcionários de 80 bancos centrais, fundos soberanos e instituições multilaterais mostrou que a maioria dos pesquisados deixou de acreditar que o dólar permanecerá indefinidamente como a moeda mundial de reservas, informa o "Financial Times".
Juntos os entrevistados administram US$ 8 trilhões de dólares, segundo o banco UBS, que organizou o levantamento. Mais da metade dos pesquisados aposta que o dólar será substituído por uma cesta de moedas nos próximos 25 anos. Na pesquisa anterior, feita no ano passado, a maioria ainda achava que o dólar permaneceria como moeda de reserva por mais tempo.
O levantamento mostra que existe uma "insatisfação" com a moeda americano, por parte dos líderes de bancos centrais e fundos soberanos, afirma o "FT". Os principais motivos são a possível "falta de habilidade do governo dos Estados Unidos" em conter gastos públicos e a "enorme expansão" do balance sheet do Federal Reserve (banco central dos EUA).
O jornal lembra que o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, propôs no ano passado que o dólar fosse substituído nas reservas internacionais por uma cesta de moedas, incluindo não só a americana, mas também o euro, o iene (Japão), a libra esterlina (Reino Unido) e o renminbi (China).
Um estudo da Standard Chartered estima, ainda, que três quartos das reservas acumuladas pela China de janeiro a abril, de US$ 200 bilhões, tenham sido investidos em outros ativos que não o dólar.
Além das moedas citadas, o ouro também emerge como possível ativo de reservas internacionais. Em 2011, bancos centrais já compraram 151 toneladas do metal precioso, de modo que o ano deva terminar com a maior aquisição de ouro por BCs desde 1971, ano em que o padrão ouro caiu. Essa estimativa é da organização World Gold Council, sediada no Reino Unido.