Atualizado às 17h30
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse em entrevista à rede de televisão ABC News que a crise na Europa "começa a afetar o crescimento econômico em todo lugar, em países tão distantes como a China, o Brasil, a Índia e a Coreia do Sul".
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A citação do Brasil e outros países veio quando o entrevistador perguntou o que Geithner disse a líderes europeus com quem se reuniu Washington no último fim de semana.
Segundo o secretário, a mensagem passada foi a de que é necessário "fazer tudo o que for possível para assegurar as pessoas de que existe a intenção e a capacidade de agir em grupo [contra a crise]". Ou seja, ele citou o Brasil e outros emergentes para pressionar europeus a resolverem seus problemas, dando o recado de que o mundo todo está preocupado com a situação na Europa.
Investidores
As palavras de Geithner vão na mesma linha de investidores do mercado de ações. O "Financial Times" relatou a opinião de alguns analistas que participaram de uma conferência em Washington sobre o Brasil. Eles estava com medo de aplicar no País, segundo uma reportagem no site do jornal.
Um dos analistas disse: "Eu não toco mais nas ações do Brasil nem no real até que a Europa exploda ou que resolva seus problemas".
A reportagem afirma que poucos mercados emergentes têm tanta munição para combater a crise quanto o Brasil - uma reserva de US$ 352 bilhões. Mesmo assim, o mercado de ações brasileiro está pior do que o de seus pares por causa das incertezas sobre a inflação no País, segundo o "FT".
Outro analista, no caso da Mirae Asset Management, afirmou: "No Brasil, claramente há uma priorização do crescimento em detrimento da inflação".
Já o banco Goldman Sachs simulou o que aconteceria com a economia brasileira em caso de um choque externo e chegou a uma conclusão otimista: "O Brasil é capaz de lidar com choques financeiros porque as contas fiscal [relativa a receitas e despesas] e externa [transações com o mundo] estão em situação razoável; o sistema bancário doméstico está forte; o estoque de reservas é grande; e há uma ampla margem de ações na política fiscal e monetária para implantar políticas macroeconômicas contracíclicas".