Foto do(a) blog

Notícia e análise, sem fronteiras

'The Economist': Acre é pioneiro em desenvolvimento com bom uso da floresta

Desta vez, seringueiros têm chance de serem os protagonistas

PUBLICIDADE

Por Carla Miranda
Atualização:

A revista The Economist publicou uma reportagem analisando o novo "boom" da borracha no Brasil e apontando o Acre como região pioneira na condução de um modelo de desenvolvimento que faz bom uso da floresta, cujo desmatamento foi "significativamente estancado".

PUBLICIDADE

Ainda, o semanário observa que, diferentemente dos surtos anteriores da borracha, que não só agrediram o meio ambiente como fizeram uso intensivo de trabalho "quase escravo", "desta vez os seringueiros estão tentando escrever o roteiro".

Os governadores que administram o Acre desde 1999, observa a revista, "ajudaram extrativistas a formar cooperativas, diversificar a produção e buscar novos mercados".

"Nós não precisamos desmatar mais a floresta. Mas não temos medo de aproveitar em favor do desenvolvimento as áreas que já foram devastadas", disse à revista o governador do Acre, Tião Viana (PT).

A reportagem destaca o caso da fabricante de preservativos Natex, que compra sua matéria-prima de 700 famílias de seringueiros da região. A empresa paga um preço acima do mercado e ganha um subsídio do governo por proteger a floresta. Ainda, o governo federal compra toda a produção da companhia, de 100 milhões de preservativos por ano, para o programa de prevenção à Aids.

Publicidade

Outro caso citado é o das 32 famílias de seringueiros que usam uma técnica desenvolvida pela Universidade de Brasília para processa o látex. Com isso, elas conseguem estocar a matéria-prima e transportá-la com mais facilidade, o que lhes permite cobrar "um preço muito mais alto" pelo produto.

"Por mais de uma década a taxa de crescimento econômico do Acre tem sido maior do que a média brasileira. Suas escolas e serviços de saúde melhoraram, e a pobreza e o analfabetismo caíram, muito mais do que a média, também", diz a revista. O desafio, agora, na opinião do semanário, está no fato de que "aumentar as políticas de desenvolvimento sustentável paternalista na região vai ser difícil, além de caro".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.