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Fabricante de 'pulseira quântica' pagará US$ 57 mi, diz site

Consumidores se disseram enganados pela ideia de que produto daria força e outros pdoeres

Por Carla Miranda
Atualização:

Atualizado em 25/11/2011 às 14h13

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A empresa Power Balance, que fabrica o que ficou conhecido como "pulseira quântica" ou "pulseira milagrosa", teria aceitado pagar US$ 57,4 milhões para compensar consumidores que se sentiram enganados, segundo o site americano TMZ. A companhia nega.

Trata-se de uma pulseira colorida de silicone ou neoprene que supostamente daria força, equilíbrio e outros benefícios a quem a usasse.

O site da empresa não diz diretamente quais seriam os poderes dessa mercadoria. Apenas afirma que há "produtos diferentes com a mesma filosofia e um único estilo de vida". E alerta contra falsificações para que o cliente não seja enganado (por outra companhia).

No entanto, a Power Balance exibe em seu site declarações de atletas como o brasileiro Rubens Barrichello atribuindo poderes ao produto. O automobilista diz que se sente "melhor, mais forte e mais flexível" (quando põe a pulseira, subentende-se).

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O jogador de basquete Shaquile O'Neal disse que, quando usou um produto da Power Balance pela primeira vez, numa partida pelo Phoenix Suns, ganhou por 57 pontos de diferença. Além deles, havia mais dois usuários na equipe.

Um dia depois de a notícia sair no TMZ (segunda-feira, 21), a imprensa americana informou que a Power Balance decidiu recorrer ao capítulo 11 da lei de falênciados EUA. Segundo o "Wall Street Journal", a receita da companhia foi de US$ 52 milhões no ano passado. Mas, em 2011 até outubro, a emnpresa só conseguiu US$ 20 milhões.

A notícia foi indicada ao Radar Econômico pelo colaborador Alcides Leite, professor de economia na Trevisan Escola de Negócios. Contatada pelo blog, a Power Balance afirmou que o assunto se refere apenas à atuação da empresa nos EUA (veja ao final deste texto a nta divulgada pela companhia).

"Charlatanismo"

Em janeiro, imprensa internacional noticiou que a Power Balance admitira, em comunicado divulgado na Austrália, que não há "evidências científicas plausíveis" dos efeitos de seus produtos. Depois, no site internacional, divulgou nota dizendo que a propaganda enganosa foi feita apenas na Austrália. Na página brasileira, afirmou que a publicidade está de acordo com as leis do País.

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No começo do ano, o jornalista e escritor Sérgio Augusto escreveu no Estadão que a pulseira da Power Balance representa uma evolução do charlatanismo, ou "uma versão 'high tech'" das fitinhas do senhor do Bonfim. "Inócua, só afeta mesmo a reputação de quem a usa", resumiu.

No Brasil, outra pulseira

O jornalista Edmundo Leite lembrou que nos anos 1980 uma pulseira prometia cura de dores reumáticas, artrites e outras. Ela agiria como um fio-terra (?). Ele contou a história no blog do Arquivo Estado.

Nota da Power Balance

Leia abaixo a nota oficial da Power Balance sobre o assunto.

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"No Brasil toda a publicidade realizada no pais pelo Distribuidor Oficial esta em conformidade com as leis vigentes e com as normas estabelecidas pela Anvisa (Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria). O nosso marketing é voltado a comercializção de um acessorio esportivo. Em nenhum momento fazemos propaganda enganosa ou divulgamos falsas promessas de beneficios. Reiteramos ainda que o uso de Power Balance esta ligado a decisão pessoal de cada um. Gostariamos tambem de colocar que existe um numero enorme de sites de venda não autorizados pela PB na internet, vendendo produtos Power Balance falsificados, (que não são produzidos pelo fabricante americano), dizendo e promentendo coisas absurdas, que obviamente não temos controle , que realmente atrapalham e prejudicam o desenvolvimento do bom trabalho da marca no pais."

A empresa também divulgou uma nota nos EUA, na qual afirma que "não há absolutamente verdade nenhuma nas falsas reportagens de um acordo de US$ 54,7 milhões". E acrescenta que a companhia não está fechando. SOb proteção da lei de falência, vai continuar tocando os negócios, mantendo, inclusive, plano de lançar novos produtos.

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