A Vale e outras mineradoras, já muito beneficiadas pelo crescimento da demanda da China pelo minério de ferro, estão agora enxergando nos fertilizantes mais uma forma de pegar carona na expansão do país asiático.
Reportagem da revista britânica The Economist analisa as recentes fusões e aquisições no setor e apresenta dados mostrando que a importação de fertilizantes pela China tende a aumentar fortemente devido ao crescimento econômico do país combinado com a baixa qualidade de seu solo.
A Vale destinou US$ 4,8 bilhões à compra de duas empresas desse segmento. Sua concorrente BHP Billiton, maior mineradora do mundo, pagou US$ 320 milhões pela canadense Athabasca.
A China hoje é autossuficiente em fertilizantes de nitrogênio, mas é ao mesmo tempo um grande importador de fosfatos e, especialmente, de potássio - justamente um segmento em que a Vale acabou de investir.
Os chineses consomem um quarto das 50 milhões de toneladas de potássio produzidas no mundo anualmente, e, segundo dados da Economist, o país asiático poderá demandar, sozinho, 26 milhões de toneladas anuais nos próximos 15 anos.
As recentes investidas de mineradoras no setor de fertilizantes são explicadas pelo fato de que o preço dessas commodities não está se recuperando no mesmo ritmo do de minério de ferro, que pode atingir recorde. Isso permite que as mineradoras considerem que o preço dos fabricantes de fertilizantes está relativamente baixo.
O potássio é uma matéria-prima que geralmente é extraída do mesmo tipo de mina usado pelos produtores de minério de ferro.
Leia reportagem no site da revista The Economist (em inglês)