Carla Miranda
17 de fevereiro de 2010 | 10h30
Atualizado às 11h17
Veteranos de Wall Street que hoje contam com prestígio internacional no meio financeiro apoiam a proposta do governo dos Estados Unidos de aumentar a regulação do Estado sobre os bancos, mostra reportagem do New York Times nesta quarta-feira. Alguns deles defendem até uma regulação mais rígida do que a proposta oficial.
O jornal traz depoimentos de personalidades do mundo das finanças como o megainvestidor George Soros, o ex-presidente do Citigroup John Reed, o fundador do Vangard Group (uma imensa gestora de fundos) John C. Bogle e o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Nicholas Brady. São pessoas que se destacaram entre os profissionais do mercado financeiro principalmente nos anos 70 e 80, época em que o sistema era submetido a uma regulação maior.
O pensamento dos veteranos, nesse sentido, é oposto à da nova geração de Wall Street, que vem criticando a proposta do governo. O presidente Barack Obama e seu conselheiro Paul Volker – outro sênior do setor financeiro, ex-presidente do banco central dos EUA – defendem que as instituições financeiras fiquem proibidas de operar, ao mesmo tempo, carteiras próprias e carteiras de terceiros. O governo quer, ainda, uma taxa sobre os bancos com a qual pretende arrecadar US% 90 bilhões.
“Se você é um banco comercial e quer que o governo garanta seus depósitos e o ajude se necessário, então você não pode se envolver em atividades especulativas”, afirmou Brady ao NYT. Para Soros, os grandes bancos “têm que ser regulados de perto para assegurar que eles não falhem”.
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