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O blog do Caderno de Imóveis

Construtora e fábrica de cimento fazem aliança por produtividade

Companhias vencem prêmio de oportunidade estratégica com programa que compartilha conhecimento e desenvolve novos processos e técnica

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O edifício Mondrian foi erguido de acordo com o Projeto Sinergia - Foto: Divulgação / Conx

Patrícia BüllESPECIAL PARA O ESTADO Assim como ocorre com o consumidor e varejo, a relação entre fornecedores e indústria da construção também passa por percalços. Atraso na entrega de material de um lado e cancelamento de pedidos de outro fazem parte desse dia a dia. Para melhorar essa relação, a Conx Construtora e Incorporadora e a Votorantim Cimentos criaram o Projeto Sinergia, que alia conhecimento compartilhado e economia colaborativa na busca pelo ganho de produtividade. Por isso, foi indicado e venceu o prêmio de Oportunidade Estratégica na categoria Profissional do Master Imobiliário. A ideia surgiu de uma mudança de postura na Votorantim Cimentos que começou em 2014, conta o diretor de vendas e marketing da companhia, Maurício Russomano. "Queríamos nos aproximar mais do cliente para desenvolver um sistema de gestão na obra, que ajudasse os dois lados, melhorando a performance e nos trazendo, como contrapartida, uma relação comercial de longo prazo", diz. "O que fizemos foi sentar e discutir abertamente as necessidades dos dois lados, buscando soluções que trouxessem ganhos compartilhados", complementa o diretor da Conx Construtora e Incorporadora, Yorki Estefan. Esse foi também o principal desafio. "Aproximar a indústria do prestador de serviço, expondo claramente a capacidade no momento zero de cada uma das empresas, pode gerar certo estranhamento e desconfiança no início", complementa. Assentada em três bases prioritárias - processos, produtos e pessoas -, o piloto começou em 2014, em uma obra da Conx na fase de projetos. O objetivo era justamente que as equipes técnicas de ambos os lados analisassem juntas, desde o ponto zero, todo o projeto para buscar desde o melhor método construtivo a ser adotado até o estudo da área de zoneamento para alcançar a melhor logística de entrega de material, por exemplo. O passo seguinte foi analisar onde haveria ganho de produtividade. "Percebemos então que, se conseguíssemos melhorar o nível de acertos entre a projeção de uso de insumos e a entrega efetiva, as chances de cumprir o cronograma seriam maiores", conta Russomano. Betoneiras. A equipe, então, traçou o percurso que as betoneiras fariam para chegar ao canteiro de obra e quanto tempo gastaria no trajeto, tendo em vista as variáveis do trânsito em cada período. Também previu quanto tempo cada uma ficaria na obra até iniciar o retorno. "Conseguimos criar um ciclo contínuo com ganhos efetivos de produtividade e custo", diz Russomano. "O nível de assertividade de entrega do concreto na obra dentro do horário programado subiu de 70% (média) para 85%." Os ganhos, no entanto, vão muito além, diz Estefan. A adoção de um contrato padrão reduziu em 60% o tempo de liberação dos contratos, melhorando a performance das equipes de suprimentos da Conx e de vendas da Votorantin. Houve ainda 100% de redução de paralisações por entupimento das bombas, em razão do uso de concreto mais fluído do início ao fim da obra, conferindo facilidade no espalhamento e melhor adensamento, bem como mais agilidade no serviço de bombeamento. Entre os produtos, houve redução de 46% na espessura de piso em concreto em terrenos contaminados e aumento de 20% no módulo de elasticidade de concretos, o que representa 2,16% de economia na execução da estrutura. "A partir das reuniões técnicas conseguimos identificar as reais necessidades das obras e definimos o uso correto dos produtos para cada tipo de situação, gerando ganhos para ambas as partes", finaliza Estefan. Entres os ganhos, o executivo da Conx cita a redução de gastos com a utilização de produtos desnecessários, a diminuição de patologias e do descontentamento, além do aumento na confiabilidade dos produtos, de um lado, e maior volume de vendas, de outro.

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