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O blog do Caderno de Imóveis

Em NY, sinal ruim de celular atrapalha vendas e locação

Incorporadoras instalam antes discretas em cada piso de edifícios para distribuir melhor o sinal e eliminar os problemas de queda de chamadas

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Atualização:

Imóvel locado por Audrey Huffman passou no teste: recebe chamadas e e-mails Foto: Estadão

Michelle Higgins, The New York Times O que frustra mais do que cair uma ligação no meio de um importante telefonema ou perder um texto urgente por causa da má conexão? É isto acontecer quando você está em sua própria sala. Enquanto em Nova York os edifícios de apartamentos de altura inusitada são construídos utilizando projetos e tecnologia de ponta, as incorporadoras continuam se frustrando com um aspecto importante da vida contemporânea: o fornecimento de um serviço perfeito de telefonia celular, que nunca falhe.

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Ocorre que as espessas paredes de concreto, os pisos reforçados de aço e janelas especialmente revestidas, podem enfraquecer, quando não bloquear, os sinais.

E edifícios que vão além das nuvens, no nível ou abaixo das antenas das torres de telefonia celular, podem interferir nos sinais de aparelhos concorrentes e provocar interferências.

Para corrigir o problema, as incorporadoras estão instalando elaboradas redes sem fio internas a fim de ampliar a cobertura em projetos que variam desde novas torres de imóveis de aluguel em Williamsburg, Brooklyn, a conversões para condomínio do prédio da Woolworth, em Manhattan, concluído em 1913. Chamadas de sistemas de distribuição de antenas, DAS em inglês, eles usam uma conexão de fibra para levar o serviço sem fio de várias provedoras de rede diretamente para os edifícios.

Discrição. Antenas discretas, ocultas numa cobertura com formato de tigela mais ou menos do tamanho de um alarme contra fumaça, elas são instaladas em locais estratégicos em cada piso, distribuindo o sinal para todo o edifício para eliminar as chamadas que caem, permitir downloads mais rápidos e assegurar uma cobertura consistente.

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Sem isto, afirmam os incorporadores, eles correm o risco de perder clientes. "Isto pode aniquilar um negócio", afirmou David J. Maundrell III, fundador da aptsandlofts.com, adquirido há alguns dias pela Citi Habitats. Estar totalmente conectado tornou-se "parte da nossa rotina diária", disse Maundrell, observando como compradores em perspectiva checam seus telefones durante uma visita ao imóvel. "As pessoas estão dependentes disto."

Corretores dizem que essa cobertura sem fio é cada vez mais importante para quem procuram um apartamento, à medida que mais pessoas se desfazem dos seus telefones fixos e dependem apenas dos telefones celulares para tudo, desde checar seus e-mails até suas compras no supermercado. "Uma ótima recepção é um pré-requisito", afirmou Michael Graves, corretor da Douglas Elliman que nas visitações notou que mais clientes comentam sobre a força do sinal dos seus telefones, indicando a consistência do serviço.

"Se você vive em Manhattan não deve ter a recepção no celular que terá no campo, especialmente quando está comprando um apartamento de muitos milhões de dólares", disse. Celebridade. Uma história que circula entre os corretores de imóveis de luxo é a de Jay Z, artista de hip-hop e empreendedor, que há alguns anos abandonou, depois de algumas noites, um apartamento de luxo locado por longo prazo em Midtown, porque seu serviço de celular não funcionava.

Naturalmente, não são apenas bilionários que esperam que seus celulares funcionem bem no seu apartamento. Audrey Huffman, 26 anos, que mudou-se em agosto para Manhattan, vinda de Houston, para começar a trabalhar como assessor fiscal, checou a recepção do seu telefone celular em cada lugar que passou durante a visita a um apartamento.

Certificar-se de que conseguiria se conectar à Internet e receber e enviar mensagens de texto era o que mais a preocupava, afirmou.

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Em cada apartamento em perspectiva, ela imediatamente tirava uma foto e enviava para as três irmãs mais velhas por meio de texto e esperava seu feedback. Embora tenha conseguido enviar e receber textos em cada local que visitou, o estúdio que ela acabou alugando por US$ 2.800 mensais "tinha um sinal de recepção melhor como indicado no seu smartphone". E segundo ela, isto realmente influenciou sua decisão. "Se um deles não tivesse um serviço de telefonia, seria um não para mim", disse Audrey. Este é o cenário que os incorporadores querem evitar. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA E TEREZINHA MARTINO

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