O blog do Caderno de Imóveis

Imóveis no campo registram alta procura com pandemia do coronavírus


Chácaras e casas em condomínios longe de metrópoles são buscadas para passar temporada na quarentena e também em definitivo, já que home office pode ser tendência pós-covid-19

Por Bianca Zanatta

Especial para o Estado

O mercado imobiliário vive uma nova movimentação em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Com as seguidas prorrogações da quarentena, cada vez mais pessoas procuram comprar ou alugar imóveis em regiões afastadas dos grandes centros urbanos. No Estado de São Paulo, onde o isolamento social foi estendido até 15 de junho, muitos decidiram fazer as malas e sair da capital.

"Estamos recebendo muitas sondagens por telefone e WhatsApp, um volume grande de pessoas querendo sair do apartamento na Grande São Paulo", diz Eduardo Ferraroli, proprietário da Qualy Imóveis, que trabalha municípios do Circuito das Águas Paulista, como Amparo, Monte Alegre do Sul e Serra Negra.

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A procura é por chácaras e casas de condomínios próximas à natureza, sempre com a preocupação de ter bom acesso à internet. "Hoje é como oxigênio, o pessoal precisa de internet para fazer home office e assistir às aulas, por exemplo", diz o empresário. Apesar de o público ser majoritariamente de classe alta, a imobiliária analisa caso a caso para conseguir fechar os contratos, já que ninguém sabe ao certo quando a situação vai terminar.

"Nós não trabalhamos muito com contratos de temporada, como locação por apenas um ou dois meses, mas a maioria dos proprietários está concedendo de 20% a 50% de desconto no contrato padrão como forma de rachar o prejuízo", explica.

Os paulistanos também estão subindo a serra para passar a quarentena em Campos do Jordão, um dos redutos turísticos de inverno mais tradicionais do Estado. De acordo com Patrick Progin Nicolau, diretor da imobiliária Cadij, as pessoas veem a cidade como opção de retiro por ter boa infraestrutura, ótima qualidade de ar e baixo número de casos de contaminação pelo coronavírus.

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Vista aérea de empreendimento da Planalto Invest. Foto: Ralph Paiva Justo

Se no primeiro momento a busca se concentrou na locação de imóveis "pelo tempo que durar a quarentena", agora a imobiliária está recebendo clientes interessados em se mudar definitivamente para a região. Houve um aumento de 35% nas consultas de imóveis em condomínio com valor de até R$ 1,5 milhão.

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Em sua maioria, os negócios são fechados à vista, por parcelamento ou com permutas parciais. "Sempre tivemos muitas pessoas querendo mudar para cá após a aposentadoria, mas poucos na faixa dos 40 anos", conta o diretor. "E foi justamente nesse perfil que sentimos o maior aumento (durante o isolamento social)".

Ele acredita que a pandemia irá trazer uma nova onda de pessoas que não enxergam a solução apenas como um retiro emergencial, mas como opção de moradia, por entenderem que já não é necessário viver nas grandes cidades para manter a atividade profissional. "A pandemia tem mostrado para todos que a internet e as mídias sociais têm mais força ainda do que se imaginava", reflete.

Busca pelo campo em outros Estados

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A evasão das grandes metrópoles também foi observada em outros Estados. Em plena pandemia, a incorporadora Planalto Invest bateu um recorde de vendas no empreendimento Terra Santa, no município goiano de Trindade, a 33 km de Goiânia.

"Registramos um aumento de visita na ordem de 50% e um aumento de 270% nas vendas em abril e maio, em relação ao primeiro trimestre de 2020", celebra o CEO José Roberto Nunes, que realizou rodadas virtuais de negócios no formato de webinars para viabilizar as aquisições. Foram vendidas 60 unidades, contra apenas oito unidades em março.

O público é composto por pessoas que moram em condomínios verticais de regiões adensadas e agora buscam refúgios com mais espaço e qualidade para passar o período de confinamento. "A maioria dos nossos clientes tem família constituída, filhos ainda crianças ou adolescentes", diz o CEO.

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Empreendimento imobiliário da Alphaz na Serra da Mantiqueira, lado mineiro. Foto: Edson Correa

Entre os compradores estão profissionais liberais, pequenos e médios empresários e trabalhadores da iniciativa privada que têm entre 31 e 50 anos. A incorporadora oferece descontos de até 15% no valor do imóvel para o investimento à vista.

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Luigi Scianni Romano, sócio-fundador da incorporadora Alphaz, acredita que a pandemia tenha despertado uma necessidade de projetar a curto e médio prazo uma vida com mais qualidade, perto da natureza. Especializada em projetos imobiliários sustentáveis, a empresa teve aumento de 25% na procura por dois de seus empreendimentos situados na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais: o condomínio Clube Hípico Pegasus e o Clube Olive, este em fase de lançamento.

Entre os interessados estão aposentados, famílias, profissionais liberais sem filhos com certa disponibilidade de mudança e pessoas que querem reverter o dinheiro deixado em ações para investimento em imóveis, de olho em gerar renda extra com o aluguel.

"A pandemia fez com que as pessoas tivessem que mudar os seus hábitos e se atentassem para a transição de um lugar caótico para um mais tranquilo", confirma o empresário. Segundo ele, o isolamento fez ainda com que os clientes "procurassem um plano B para não ficarem reféns dentro de um apartamento agora".

Para José Roberto Graiche Júnior, presidente da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), no entanto, a tendência é que essas pessoas voltem para a metrópole ao final da quarentena e mantenham um imóvel de backup em caso de necessidade.

Mesmo nos casos de locação, geralmente para uso até o final de 2020, ele afirma tratar-se de um público com poder aquisitivo mais alto. "Dificilmente as pessoas irão fazer essa movimentação e se comprometer com mudança de perfil das suas residências, salvo aquelas que possuem segurança no emprego ou negócios sólidos que podem enfrentar a crise", explica. "Para os demais, o risco é grande."

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Especial para o Estado

O mercado imobiliário vive uma nova movimentação em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Com as seguidas prorrogações da quarentena, cada vez mais pessoas procuram comprar ou alugar imóveis em regiões afastadas dos grandes centros urbanos. No Estado de São Paulo, onde o isolamento social foi estendido até 15 de junho, muitos decidiram fazer as malas e sair da capital.

"Estamos recebendo muitas sondagens por telefone e WhatsApp, um volume grande de pessoas querendo sair do apartamento na Grande São Paulo", diz Eduardo Ferraroli, proprietário da Qualy Imóveis, que trabalha municípios do Circuito das Águas Paulista, como Amparo, Monte Alegre do Sul e Serra Negra.

A procura é por chácaras e casas de condomínios próximas à natureza, sempre com a preocupação de ter bom acesso à internet. "Hoje é como oxigênio, o pessoal precisa de internet para fazer home office e assistir às aulas, por exemplo", diz o empresário. Apesar de o público ser majoritariamente de classe alta, a imobiliária analisa caso a caso para conseguir fechar os contratos, já que ninguém sabe ao certo quando a situação vai terminar.

"Nós não trabalhamos muito com contratos de temporada, como locação por apenas um ou dois meses, mas a maioria dos proprietários está concedendo de 20% a 50% de desconto no contrato padrão como forma de rachar o prejuízo", explica.

Os paulistanos também estão subindo a serra para passar a quarentena em Campos do Jordão, um dos redutos turísticos de inverno mais tradicionais do Estado. De acordo com Patrick Progin Nicolau, diretor da imobiliária Cadij, as pessoas veem a cidade como opção de retiro por ter boa infraestrutura, ótima qualidade de ar e baixo número de casos de contaminação pelo coronavírus.

Vista aérea de empreendimento da Planalto Invest. Foto: Ralph Paiva Justo

Se no primeiro momento a busca se concentrou na locação de imóveis "pelo tempo que durar a quarentena", agora a imobiliária está recebendo clientes interessados em se mudar definitivamente para a região. Houve um aumento de 35% nas consultas de imóveis em condomínio com valor de até R$ 1,5 milhão.

Em sua maioria, os negócios são fechados à vista, por parcelamento ou com permutas parciais. "Sempre tivemos muitas pessoas querendo mudar para cá após a aposentadoria, mas poucos na faixa dos 40 anos", conta o diretor. "E foi justamente nesse perfil que sentimos o maior aumento (durante o isolamento social)".

Ele acredita que a pandemia irá trazer uma nova onda de pessoas que não enxergam a solução apenas como um retiro emergencial, mas como opção de moradia, por entenderem que já não é necessário viver nas grandes cidades para manter a atividade profissional. "A pandemia tem mostrado para todos que a internet e as mídias sociais têm mais força ainda do que se imaginava", reflete.

Busca pelo campo em outros Estados

A evasão das grandes metrópoles também foi observada em outros Estados. Em plena pandemia, a incorporadora Planalto Invest bateu um recorde de vendas no empreendimento Terra Santa, no município goiano de Trindade, a 33 km de Goiânia.

"Registramos um aumento de visita na ordem de 50% e um aumento de 270% nas vendas em abril e maio, em relação ao primeiro trimestre de 2020", celebra o CEO José Roberto Nunes, que realizou rodadas virtuais de negócios no formato de webinars para viabilizar as aquisições. Foram vendidas 60 unidades, contra apenas oito unidades em março.

O público é composto por pessoas que moram em condomínios verticais de regiões adensadas e agora buscam refúgios com mais espaço e qualidade para passar o período de confinamento. "A maioria dos nossos clientes tem família constituída, filhos ainda crianças ou adolescentes", diz o CEO.

Empreendimento imobiliário da Alphaz na Serra da Mantiqueira, lado mineiro. Foto: Edson Correa

Entre os compradores estão profissionais liberais, pequenos e médios empresários e trabalhadores da iniciativa privada que têm entre 31 e 50 anos. A incorporadora oferece descontos de até 15% no valor do imóvel para o investimento à vista.

Luigi Scianni Romano, sócio-fundador da incorporadora Alphaz, acredita que a pandemia tenha despertado uma necessidade de projetar a curto e médio prazo uma vida com mais qualidade, perto da natureza. Especializada em projetos imobiliários sustentáveis, a empresa teve aumento de 25% na procura por dois de seus empreendimentos situados na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais: o condomínio Clube Hípico Pegasus e o Clube Olive, este em fase de lançamento.

Entre os interessados estão aposentados, famílias, profissionais liberais sem filhos com certa disponibilidade de mudança e pessoas que querem reverter o dinheiro deixado em ações para investimento em imóveis, de olho em gerar renda extra com o aluguel.

"A pandemia fez com que as pessoas tivessem que mudar os seus hábitos e se atentassem para a transição de um lugar caótico para um mais tranquilo", confirma o empresário. Segundo ele, o isolamento fez ainda com que os clientes "procurassem um plano B para não ficarem reféns dentro de um apartamento agora".

Para José Roberto Graiche Júnior, presidente da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), no entanto, a tendência é que essas pessoas voltem para a metrópole ao final da quarentena e mantenham um imóvel de backup em caso de necessidade.

Mesmo nos casos de locação, geralmente para uso até o final de 2020, ele afirma tratar-se de um público com poder aquisitivo mais alto. "Dificilmente as pessoas irão fazer essa movimentação e se comprometer com mudança de perfil das suas residências, salvo aquelas que possuem segurança no emprego ou negócios sólidos que podem enfrentar a crise", explica. "Para os demais, o risco é grande."

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Especial para o Estado

O mercado imobiliário vive uma nova movimentação em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Com as seguidas prorrogações da quarentena, cada vez mais pessoas procuram comprar ou alugar imóveis em regiões afastadas dos grandes centros urbanos. No Estado de São Paulo, onde o isolamento social foi estendido até 15 de junho, muitos decidiram fazer as malas e sair da capital.

"Estamos recebendo muitas sondagens por telefone e WhatsApp, um volume grande de pessoas querendo sair do apartamento na Grande São Paulo", diz Eduardo Ferraroli, proprietário da Qualy Imóveis, que trabalha municípios do Circuito das Águas Paulista, como Amparo, Monte Alegre do Sul e Serra Negra.

A procura é por chácaras e casas de condomínios próximas à natureza, sempre com a preocupação de ter bom acesso à internet. "Hoje é como oxigênio, o pessoal precisa de internet para fazer home office e assistir às aulas, por exemplo", diz o empresário. Apesar de o público ser majoritariamente de classe alta, a imobiliária analisa caso a caso para conseguir fechar os contratos, já que ninguém sabe ao certo quando a situação vai terminar.

"Nós não trabalhamos muito com contratos de temporada, como locação por apenas um ou dois meses, mas a maioria dos proprietários está concedendo de 20% a 50% de desconto no contrato padrão como forma de rachar o prejuízo", explica.

Os paulistanos também estão subindo a serra para passar a quarentena em Campos do Jordão, um dos redutos turísticos de inverno mais tradicionais do Estado. De acordo com Patrick Progin Nicolau, diretor da imobiliária Cadij, as pessoas veem a cidade como opção de retiro por ter boa infraestrutura, ótima qualidade de ar e baixo número de casos de contaminação pelo coronavírus.

Vista aérea de empreendimento da Planalto Invest. Foto: Ralph Paiva Justo

Se no primeiro momento a busca se concentrou na locação de imóveis "pelo tempo que durar a quarentena", agora a imobiliária está recebendo clientes interessados em se mudar definitivamente para a região. Houve um aumento de 35% nas consultas de imóveis em condomínio com valor de até R$ 1,5 milhão.

Em sua maioria, os negócios são fechados à vista, por parcelamento ou com permutas parciais. "Sempre tivemos muitas pessoas querendo mudar para cá após a aposentadoria, mas poucos na faixa dos 40 anos", conta o diretor. "E foi justamente nesse perfil que sentimos o maior aumento (durante o isolamento social)".

Ele acredita que a pandemia irá trazer uma nova onda de pessoas que não enxergam a solução apenas como um retiro emergencial, mas como opção de moradia, por entenderem que já não é necessário viver nas grandes cidades para manter a atividade profissional. "A pandemia tem mostrado para todos que a internet e as mídias sociais têm mais força ainda do que se imaginava", reflete.

Busca pelo campo em outros Estados

A evasão das grandes metrópoles também foi observada em outros Estados. Em plena pandemia, a incorporadora Planalto Invest bateu um recorde de vendas no empreendimento Terra Santa, no município goiano de Trindade, a 33 km de Goiânia.

"Registramos um aumento de visita na ordem de 50% e um aumento de 270% nas vendas em abril e maio, em relação ao primeiro trimestre de 2020", celebra o CEO José Roberto Nunes, que realizou rodadas virtuais de negócios no formato de webinars para viabilizar as aquisições. Foram vendidas 60 unidades, contra apenas oito unidades em março.

O público é composto por pessoas que moram em condomínios verticais de regiões adensadas e agora buscam refúgios com mais espaço e qualidade para passar o período de confinamento. "A maioria dos nossos clientes tem família constituída, filhos ainda crianças ou adolescentes", diz o CEO.

Empreendimento imobiliário da Alphaz na Serra da Mantiqueira, lado mineiro. Foto: Edson Correa

Entre os compradores estão profissionais liberais, pequenos e médios empresários e trabalhadores da iniciativa privada que têm entre 31 e 50 anos. A incorporadora oferece descontos de até 15% no valor do imóvel para o investimento à vista.

Luigi Scianni Romano, sócio-fundador da incorporadora Alphaz, acredita que a pandemia tenha despertado uma necessidade de projetar a curto e médio prazo uma vida com mais qualidade, perto da natureza. Especializada em projetos imobiliários sustentáveis, a empresa teve aumento de 25% na procura por dois de seus empreendimentos situados na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais: o condomínio Clube Hípico Pegasus e o Clube Olive, este em fase de lançamento.

Entre os interessados estão aposentados, famílias, profissionais liberais sem filhos com certa disponibilidade de mudança e pessoas que querem reverter o dinheiro deixado em ações para investimento em imóveis, de olho em gerar renda extra com o aluguel.

"A pandemia fez com que as pessoas tivessem que mudar os seus hábitos e se atentassem para a transição de um lugar caótico para um mais tranquilo", confirma o empresário. Segundo ele, o isolamento fez ainda com que os clientes "procurassem um plano B para não ficarem reféns dentro de um apartamento agora".

Para José Roberto Graiche Júnior, presidente da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), no entanto, a tendência é que essas pessoas voltem para a metrópole ao final da quarentena e mantenham um imóvel de backup em caso de necessidade.

Mesmo nos casos de locação, geralmente para uso até o final de 2020, ele afirma tratar-se de um público com poder aquisitivo mais alto. "Dificilmente as pessoas irão fazer essa movimentação e se comprometer com mudança de perfil das suas residências, salvo aquelas que possuem segurança no emprego ou negócios sólidos que podem enfrentar a crise", explica. "Para os demais, o risco é grande."

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O mercado imobiliário vive uma nova movimentação em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Com as seguidas prorrogações da quarentena, cada vez mais pessoas procuram comprar ou alugar imóveis em regiões afastadas dos grandes centros urbanos. No Estado de São Paulo, onde o isolamento social foi estendido até 15 de junho, muitos decidiram fazer as malas e sair da capital.

"Estamos recebendo muitas sondagens por telefone e WhatsApp, um volume grande de pessoas querendo sair do apartamento na Grande São Paulo", diz Eduardo Ferraroli, proprietário da Qualy Imóveis, que trabalha municípios do Circuito das Águas Paulista, como Amparo, Monte Alegre do Sul e Serra Negra.

A procura é por chácaras e casas de condomínios próximas à natureza, sempre com a preocupação de ter bom acesso à internet. "Hoje é como oxigênio, o pessoal precisa de internet para fazer home office e assistir às aulas, por exemplo", diz o empresário. Apesar de o público ser majoritariamente de classe alta, a imobiliária analisa caso a caso para conseguir fechar os contratos, já que ninguém sabe ao certo quando a situação vai terminar.

"Nós não trabalhamos muito com contratos de temporada, como locação por apenas um ou dois meses, mas a maioria dos proprietários está concedendo de 20% a 50% de desconto no contrato padrão como forma de rachar o prejuízo", explica.

Os paulistanos também estão subindo a serra para passar a quarentena em Campos do Jordão, um dos redutos turísticos de inverno mais tradicionais do Estado. De acordo com Patrick Progin Nicolau, diretor da imobiliária Cadij, as pessoas veem a cidade como opção de retiro por ter boa infraestrutura, ótima qualidade de ar e baixo número de casos de contaminação pelo coronavírus.

Vista aérea de empreendimento da Planalto Invest. Foto: Ralph Paiva Justo

Se no primeiro momento a busca se concentrou na locação de imóveis "pelo tempo que durar a quarentena", agora a imobiliária está recebendo clientes interessados em se mudar definitivamente para a região. Houve um aumento de 35% nas consultas de imóveis em condomínio com valor de até R$ 1,5 milhão.

Em sua maioria, os negócios são fechados à vista, por parcelamento ou com permutas parciais. "Sempre tivemos muitas pessoas querendo mudar para cá após a aposentadoria, mas poucos na faixa dos 40 anos", conta o diretor. "E foi justamente nesse perfil que sentimos o maior aumento (durante o isolamento social)".

Ele acredita que a pandemia irá trazer uma nova onda de pessoas que não enxergam a solução apenas como um retiro emergencial, mas como opção de moradia, por entenderem que já não é necessário viver nas grandes cidades para manter a atividade profissional. "A pandemia tem mostrado para todos que a internet e as mídias sociais têm mais força ainda do que se imaginava", reflete.

Busca pelo campo em outros Estados

A evasão das grandes metrópoles também foi observada em outros Estados. Em plena pandemia, a incorporadora Planalto Invest bateu um recorde de vendas no empreendimento Terra Santa, no município goiano de Trindade, a 33 km de Goiânia.

"Registramos um aumento de visita na ordem de 50% e um aumento de 270% nas vendas em abril e maio, em relação ao primeiro trimestre de 2020", celebra o CEO José Roberto Nunes, que realizou rodadas virtuais de negócios no formato de webinars para viabilizar as aquisições. Foram vendidas 60 unidades, contra apenas oito unidades em março.

O público é composto por pessoas que moram em condomínios verticais de regiões adensadas e agora buscam refúgios com mais espaço e qualidade para passar o período de confinamento. "A maioria dos nossos clientes tem família constituída, filhos ainda crianças ou adolescentes", diz o CEO.

Empreendimento imobiliário da Alphaz na Serra da Mantiqueira, lado mineiro. Foto: Edson Correa

Entre os compradores estão profissionais liberais, pequenos e médios empresários e trabalhadores da iniciativa privada que têm entre 31 e 50 anos. A incorporadora oferece descontos de até 15% no valor do imóvel para o investimento à vista.

Luigi Scianni Romano, sócio-fundador da incorporadora Alphaz, acredita que a pandemia tenha despertado uma necessidade de projetar a curto e médio prazo uma vida com mais qualidade, perto da natureza. Especializada em projetos imobiliários sustentáveis, a empresa teve aumento de 25% na procura por dois de seus empreendimentos situados na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais: o condomínio Clube Hípico Pegasus e o Clube Olive, este em fase de lançamento.

Entre os interessados estão aposentados, famílias, profissionais liberais sem filhos com certa disponibilidade de mudança e pessoas que querem reverter o dinheiro deixado em ações para investimento em imóveis, de olho em gerar renda extra com o aluguel.

"A pandemia fez com que as pessoas tivessem que mudar os seus hábitos e se atentassem para a transição de um lugar caótico para um mais tranquilo", confirma o empresário. Segundo ele, o isolamento fez ainda com que os clientes "procurassem um plano B para não ficarem reféns dentro de um apartamento agora".

Para José Roberto Graiche Júnior, presidente da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), no entanto, a tendência é que essas pessoas voltem para a metrópole ao final da quarentena e mantenham um imóvel de backup em caso de necessidade.

Mesmo nos casos de locação, geralmente para uso até o final de 2020, ele afirma tratar-se de um público com poder aquisitivo mais alto. "Dificilmente as pessoas irão fazer essa movimentação e se comprometer com mudança de perfil das suas residências, salvo aquelas que possuem segurança no emprego ou negócios sólidos que podem enfrentar a crise", explica. "Para os demais, o risco é grande."

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