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Linha do Santander vai liberar mais recursos para obras sustentáveis em condomínios

Iniciativa quer estimular projetos de ‘transformação sustentável’ dentro dos prédios, como a instalação de postos de recargas para carros elétricos, estruturas para reciclagem de lixo e sistemas para captação de água da chuva

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Por Bianca Zanatta e O Estado de S.Paulo
Atualização:

Especial para o Estadão

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Os condomínios que têm planos de fazer uma "transformação sustentável" ganharam uma forma de conseguir recursos de forma mais fácil para isso. O banco Santander anunciou a liberação de financiamento para soluções ecológicas e projetos que gerem algum retorno ambiental. Batizada de Giro Sustentável PJ, a linha viabiliza, por exemplo, a instalação de posto de recarga para veículos elétricos, implantação de sistemas de captação e aproveitamento de água da chuva, irrigação por gotejamento, estrutura para reciclagem de lixo e composteiras, entre outras iniciativas.

Ainda dentro desse pacote, o banco vai financiar até 100% da compra e instalação de painéis fotovoltaicos para geração de energia solar. A oferta, batizada de CDC Solar, tem os mesmos diferenciais que a instituição oferece a outros clientes que são pessoas jurídicas. Reduzidas, as taxas de juros mínimas partem de 0,74% ao mês e o prazo de parcelamento foi ampliado de 60 para 96 meses, com 120 dias de carência para pagamento da primeira parcela.

Mudanças ambientais trazem economia importantíssima, diz Franco Fasoli. Foto: Santander - 2/6/2021

A carência de quatro meses para esse primeiro pagamento, de acordo com o Santander, foi definida com base em dados de mercado que apontam esse prazo como o necessário para o início da produção efetiva de energia limpa. Nesse período, o cliente pode aguardar por trâmites como uma eventual importação dos equipamentos e a instalação do sistema, por exemplo.

Já no caso do Giro Sustentável, o banco oferece planos de pagamento de até 60 meses e carência de 59 dias para quitação da primeira parcela. Segundo Franco Fasoli, diretor de negócios e empresas do Santander, o grande diferencial está nas taxas e prazos mais atrativos. "É um capital de giro que tem finalidade de auxiliar os condomínios no compromisso com a transformação sustentável", explica.

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Mesmo que o principal objetivo seja a conscientização ambiental, ele afirma que a economia que alguns projetos representam é importantíssima. "As placas solares têm uma durabilidade muito grande, de até 25 anos, e o financiamento se paga em 6", exemplifica. "Além de ajudar no processo de energia limpa, isso representa uma economia de 95% na conta de energia do condomínio."

Cálculos

Como os condomínios lidam com uma série de questões, como inadimplência de condôminos, emergências e constante necessidade de reparos, o ideal antes de fazer qualquer empréstimo é colocar a conta no papel. "O condomínio tem de fazer o cálculo de parcelas que ele vai ter de ratear entre os condôminos e considerar que, havendo uma eventual inadimplência por parte de um morador, precisa conseguir fazer com que a verba entre em caixa na mesma velocidade que sai", diz José Roberto Graiche Júnior, vice-presidente do Grupo Graiche e especialista em direito imobiliário e condominial.

"Ou seja, se eu tenho uma inadimplência de 10% e uma parcela de financiamento de R$ 20 mil por mês a ser paga, eu tenho de ratear R$ 22 mil por mês, porque eu sei que uma pessoa, num primeiro momento, não vai pagar os R$ 2 mil referentes à parte dela."

Graiche acredita que os condomínios possam recorrer a esse tipo de financiamento quando não têm um desembolso de caixa de cada condômino para realizar uma obra ou readequação para que tenha um melhor desempenho, como é o caso dos projetos de sustentabilidade. "Às vezes, não é possível fazer esse rateio e pagar a obra ou adequação no número de parcelas adequado ao bolso daquele perfil de moradores", diz. "O financiamento pode ser uma alternativa, mas tudo tem de ser aprovado em assembleia: a obra, a benfeitoria, a finalidade, a forma de rateio, como esse dinheiro será captado. Isso precisa estar bem esclarecido na reunião com os condôminos."

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Na ata que for redigida após a assembleia, o especialista fala que é importante que esteja expresso que o síndico está autorizado a fazer o empréstimo, especificando ainda com que taxas e juros, por exemplo.

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